Jornalistas são indiciados por injúria racial

Polícia Civil de Goiás concluiu inquérito sobre
injúria racial praticada durante partida entre Londrina e Goiás pela Série B do
Brasileirão

Metrópoles

Dois
jornalistas esportivos goianos foram indiciados, nesta terça-feira (14/9), por
injúria racial após chamarem o cabelo de um jogador de 
“pesado demais”, “bandeira de feijão” e “negócio
imundo”
. Segundo a Polícia Civil, o crime foi praticado
durante uma transmissão ao vivo por rádio de partida de futebol entre Londrina
e Goiás, pela Série B do Campeonato Brasileiro, em Goiânia.

 

narrador Romes Xavier e o comentarista Vinicius Silva foram indiciados por terem praticado injúria
racial, segundo a polícia, aos 22 minutos da partida, realizada no dia 17 de
julho deste ano. As declarações provocaram repercussão negativa na internet, o
que fez os dois pedirem desculpas momentos depois. No entanto, o jogador do
time paranaense registrou ocorrência na polícia.

 

Aos 22 minutos da partida,
realizada no dia 17 de julho, o meia Celsinho se envolveu em um choque com
outro jogador e caiu. Em seguida, o narrador Romes Xavier, que era componente
da equipe Feras do Esporte e transmitia o jogo para a rádio Bandeirantes 820 AM,
diz: “Tomou uma pancada ali. Tá levantando. O cabelo deve pesar demais, né,
Vinícius?”, pergunta para o comentarista.

 

Em seguida, Vinicius Silva
responde: “Exatamente, rapaz. Parece mais uma bandeira de feijão, né, Romes, a
cabeça dele do que é um verdadeiro cabelo? Não é porque eu já estou perdendo os
cabelos que eu vou achar um negócio imundo desse bonito. Parece mesmo bandeira
de feijão”, disse.

 

Após a
partida, a Celsinho registrou a ocorrência na Polícia Civil do Paraná, que
encaminhou os autos para o Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de
Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Geacri) da Polícia Civil de Goiás. A
oitiva de Celsinho foi realizada por meio de videoconferência.

Segundo
o delegado Joaquim Adorno, titular do grupo especializado, o inquérito foi
finalizado na segunda-feira (13/9).

 

No
primeiro mês de atuação, o Geacri já instaurou 25 inquéritos, 10 verificações
preliminares de informação e seis termos circunstanciados de ocorrências
(TCOs), todos envolvendo crimes de injúria racial,
homofobia, transfobia e racismo,
em Goiás.

 

Posteriormente,
tanto Romes quanto Vinícius foram desligados da equipe Feras do Esporte e da
Rádio Bandeirantes AM.

 

Logo
após provocarem revolta dos internautas, os jornalistas se viram pressionados a
se manifestar sobre mais um episódio de racismo no futebol. Em novas
publicações nas redes sociais nesta madrugada, eles tentaram amenizar o impacto
de suas declarações, chamando-as de “comentário infeliz”, sem admitir a prática
de racismo.

 

“Demonstro todo arrependimento pelo comentário infeliz
que tive durante a transmissão de Goiás e Londrina no estádio da Serrinha,
fazendo referência ao meio-campista da equipe do Londrina”, disse o
comentarista.

 

Vinicius
Silva também afirmou que a repercussão o fez pensar sobre “comentários e
brincadeiras exageradas”. “O fato é que entrei em contato com o Celsinho,
demonstrando todo arrependimento, pedindo desculpas ao jogador, à família do
jogador e a todos do Londrina por esse comentário infeliz”, disse.

 

O narrador, por sua vez, também demonstrou arrependimento.
“Peço desculpas ao Celsinho e ao Londrina Esporte Clube pelo comentário infeliz
na transmissão sobre o cabelo do meia. Colocações erradas que jamais deveriam
ter sido ditas. Quem me acompanha sabe o quanto sou crítico sobre condutas como
essa. Peço perdão. Quem nunca errou?”, escreveu.

 

 

 

 

(Metrópoles)
www.jornalaguaslindas.com.br

 

 

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