Rodrigo Janot denuncia Michel Temer por corrupção passiva

foto divulgação

O
procurador-geral da República, Rodrigo Janot, denunciou criminalmente o
presidente Michel Temer por corrupção passiva no caso JBS. A denúncia foi
protocolada nesta segunda-feira (26/6) no Supremo Tribunal Federal (STF). Janot
atribui crime a Temer a partir do inquérito da Operação Patmos
— investigação desencadeada com base nas delações dos executivos do grupo
J&F, que controla a JBS.

O ex-deputado federal Rodrigo Rocha Loures (PMDB-PR) também foi
denunciado pelo mesmo crime. Loures foi preso no dia 3 de junho por
determinação do ministro Edson Fachin, relator da Lava Jato no STF. Em abril,
Loures foi flagrado recebendo uma mala contendo R$ 500 mil, que teria sido
enviada pelo empresário Joesley Batista, dono da JBS. O dinheiro, afirma Janot,
seria destinado a Temer.

Na
denúncia, Janot pediu multa de R$ 10 milhões ao peemedebista a título de danos
morais coletivos. Ao ex-deputado federal e ex-assessor de Temer Rodrigo Rocha
Loures Janot pediu penalidade de R$ 2 milhões.

“Em dimensão menor, mas no mesmo sentido, deve-se
registrar que Rodrigo Loures violou a dignidade do cargo que ocupou como
Deputado Federal. A cena do parlamentar correndo pela rua, carregando uma mala
cheia de recursos espúrios, é uma afronta ao cidadão e ao cargo público que
ocupava. Foi subserviente, valendo-se de seu cargo para servir de executor de
práticas espúrias de Michel Temer”
, afirma Janot.

A ação
proposta por Janot não pode ser aberta diretamente pelo Supremo. O ministro
Edson Fachin terá de enviar a acusação formal do procurador-geral à Câmara,
Casa que pode autorizar a abertura do processo contra o presidente — é
necessária a aprovação de dois terços dos 513 deputados.

O caso JBS mergulhou o presidente em sua pior crise política. Na
noite de 7 de março, Temer recebeu no Palácio do Jaburu o executivo Joesley
Batista, que gravou a conversa com o peemedebista. Nela, Joesley admite uma
sucessão de crimes, como o pagamento de mesada de R$ 50 mil ao procurador da
República Ângelo Goulart em troca de informações privilegiadas da Operação
Greenfield, investigação sobre rombo bilionário nos maiores fundos de pensão do
país.

A investigação revelou ainda os movimentos do “homem da mala”,
Rodrigo Rocha Loures, ex-assessor especial do presidente. Na noite de 28 de
abril, Loures foi flagrado em São Paulo correndo com uma mala de propinas da
JBS — 10 mil notas de R$ 50, somando R$ 500 mil. Os investigadores
acreditam que a propina era destinada a Temer, acusação negada
pela defesa do presidente.

(conteúdo
Metrópoles/redação JAL)

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