Aziz e
Renan, ontem, mal se falaram. Renan usou e abusou de uma jogada esperta comum
em CPIs, mas não só: vazou um documento para torná-lo fato consumado. Em alguns
casos, procede-se da mesma maneira, mas com objetivo contrário.
Para que a CPI avançasse na
investigação da conduta irresponsável do governo Bolsonaro durante a pandemia,
Renan viu-se obrigado a fazer concessões aos colegas. Assim como Aziz e os
demais interessados nisso também fizeram. É do jogo político.
Foi
mais Aziz do que Renan quem ditou os rumos da CPI. Uma vez que ela chega ao
fim, Renan deu a carteirada mais do que previsível: aproveitar-se da condição
de relator para tentar aprovar um documento final nos termos que ele quer.
Quem será “besta” para
sugerir mudanças, expondo-se assim à ira de parte da opinião pública? Foi isso
o que quis dizer Aziz com o comentário que fez. Aziz adiantou que votará a
favor do relatório tal como ele está. O que não quer dizer que ficará
intocável.
Haverá pedidos de mudanças e
propostas de emendas. Parece haver maioria de votos na CPI contra a imputação a
Bolsonaro de crime de genocídio. A citação dos três filhos zero do presidente
por outros tipos de crime também divide a CPI.
O relatório
final será lido amanhã, e Renan deverá mudá-lo. A votação está prevista para a
próxima semana. Vai rolar muita água até lá.
(Metrópoles)
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