Governadores de Goiás e Distrito Federal criticam aumento de 2,9% nas passagens de ônibus, decidido pela ANTT, e pedem revisão da medida
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) publicou no Diário Oficial da União (DOU) desta terça-feira (18) o reajuste de 2,9% nas passagens dos ônibus que operam entre o Distrito Federal e o Entorno. O aumento, que entra em vigor à 0h do próximo domingo (23), expõe, mais uma vez, a desconexão entre as decisões do governo federal e a realidade enfrentada pelos trabalhadores da região.
O governador de Goiás, Ronaldo Caiado (União Brasil), atualmente em viagem ao exterior, utilizou as redes sociais para se posicionar contra o reajuste. Em tom crítico, afirmou que “o governo federal segue ignorando as soluções viáveis já apresentadas pelo Governo de Goiás para conter a alta das tarifas”. O comentário reflete um descontentamento recorrente com a falta de diálogo entre a ANTT e as administrações locais.
Na semana passada, o governo goiano solicitou formalmente a suspensão do aumento, alegando os impactos econômicos sobre a população, especialmente os trabalhadores que dependem diariamente do transporte público para acessar seus empregos no DF. No entanto, o pedido foi ignorado.
O governador do DF, Ibaneis Rocha (MDB), e o governador em exercício de Goiás, Daniel Vilela (MDB), marcaram uma reunião nesta quinta-feira (20) no Palácio do Buriti para discutir possíveis alternativas. Entretanto, o histórico de decisões unilaterais da ANTT deixa poucas expectativas de uma solução favorável no curto prazo.
Esse episódio evidencia um problema estrutural mais amplo: a falta de um planejamento integrado e participativo para o transporte público na região do Entorno. As tarifas aumentam, os serviços continuam precários e a população segue sendo a maior prejudicada. Enquanto isso, promessas de melhorias e subsídios adequados ficam no papel.
O reajuste, se mantido, será mais um peso para milhares de famílias que já enfrentam dificuldades econômicas em um cenário de inflação e desemprego crescentes. A decisão da ANTT, portanto, não é apenas uma questão tarifária, mas uma escolha que afeta diretamente a qualidade de vida e o acesso a oportunidades de grande parte da população.