Policiais militares se passam por policiais civis para extorquirem traficantes

Durante operação aberta na madrugada desta
sexta-feira (15), a Polícia Civil do DF prendeu três policiais militares
aposentados que se passavam por policiais civis para extorquir traficantes da
região de Samambaia. Dois já estavam sendo investigados pelo mesmo crime. Um
informante também foi preso e outros dois estão foragidos.

Batizada de Extorsor, a ação objetivou o
cumprimento de seis mandados de prisão preventiva, expedidas pela 3ª Vara de
Entorpecentes do DF. As investigações tiveram início em novembro do ano
passado, a partir da denúncia do próprio traficante que foi extorquido. “Ele
foi até a delegacia e contou como tudo acontecia, inclusive reconheceu dois dos
três policiais que foram presos”, aponta o delegado-chefe da 26ª Delegacia de
Polícia (Samambaia), Eduardo Galvão.

No caso desse traficante, os policiais subtraíram
R$ 13 mil e 10 quilos de cocaína. “Eles entraram na casa onde ele guardava as
drogas, se apresentaram como policiais civis e mostraram um mandado de busca e
apreensão falso”, detalha Galvão. O modus operandi realizado pelo trio de
militares era o mesmo: conseguiam detalhes dos traficantes com informantes na
rua e depois se passavam por policiais civis. “Utilizavam o brasão da Polícia
Civil, camisa e carro descaracterizado”, completa o delegado.

Ao recolherem as drogas, os policiais repassavam
para outros traficantes de outras regiões administrativas. “Aí eles ficavam
devendo dinheiro para os policiais, como se fosse um consignado”, afirma
Galvão. De acordo com o delegado, eles ainda vão investigar se o dinheiro que
os militantes conseguiram por meio das extorsões foram aplicados em lotes. “A
gente já apurou também que outras atividades que eles realizavam eram vendas de
lotes irregulares. Eles vinham trabalhando com isso há um bom tempo, inclusive
respondem inquéritos relacionados a isso. Então, a gente acredita que um
investimento deles era com esse tipo de atividade”, conta.

Os militares presos eram sargentos e são
conhecidos como Figueiredo, Jorge e Clovis. Segundo Galvão, dois deles ainda
estavam na ativa quando começaram as extorsões. “As investigações apontaram
também que os três atuaram muito tempo juntos na atividade e, nessa época, já
teriam contato com informantes. Os últimos batalhões que eles trabalharam foram
o 8º e 10º Batalhões da Polícia Militar, que ficam em Ceilândia”.

Os quatros presos na operação Extorsor vão
responder por crimes de furto, associação criminosa, associação por tráfico,
tráfico e extorsão. Todos estão presos preventivamente.

(J.Br/Foto:
John Stan/redação JAL)

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