“O presidente Bolsonaro falou que
estudaria o que ia fazer com a Petrobras. Afinal de contas, se estamos com
crise hídrica e tivemos escândalo de corrupção, são 30 a 40 anos de monopólio
no setor elétrico e no setor de petróleo. E, se daqui a 10 ou 20 anos, o mundo
inteiro migra para hidrogênio e energia nuclear, abandonando o combustível
fóssil. A Petrobras vai valer zero daqui a 30 anos. E deixamos o petróleo lá
embaixo com uma placa de monopólio estatal em cima”, ironizou, em cerimônia de
lançamento do Plano Nacional de Crescimento Verde no Palácio do Planalto.
Para Guedes, o objetivo é tirar o
petróleo o mais rápido possível para transformar a riqueza em educação,
investimentos e tecnologia. “Tem que sair mais rápido.
Não adianta ficar uma placa dizendo
que é estatal e o petróleo não sai do chão. E quando sai, sai com corrupção. Se
houve a maior roubalheira da história no ‘Petrolão’ e agora o preço do petróleo
só sobe, o que o povo brasileiro ganha com isso?”, questionou.
Ele destacou que as ações da Petrobras
subiram 6% após o presidente Jair Bolsonaro dizer que iria estudar meios para
privatizar a empresa. “Em mais duas ou três semanas, são R$ 15 bilhões criados.
Isso não existia, não é tirar do povo. É uma riqueza que estava destruída,
bastou o presidente dizer que ia estudar que o negócio saiu subindo. Não dá
para dar R$ 30 bilhões para os mais frágeis (no Auxílio Brasil)?”, completou.
Na manhã desta segunda, em entrevista
à rádio Caçula FM, do Mato Grosso do Sul, Bolsonaro, que já defendeu por várias
vezes a privatização da estatal, afirmou que já tinha colocado sua equipe
econômica para estudar o assunto, mas destacou as dificuldades em lidar com o
tema: “Não é colocar na prateleira e quem dá mais leva embora.”
Na avaliação de Bolsonaro, privatizar
a empresa não dá a garantia de que ela vai crescer. De acordo com o presidente,
tirar o monopólio do combustível do Estado abre a possibilidade de os problemas
com os combustíveis ficarem na mesma coisa “ou talvez pior”.
Gasolina e Diesel mais caros
O chefe do Executivo voltou a falar
hoje sobre os preços dos combustíveis após afirmar, na semana passada, que o
País estava “na iminência de mais um reajuste”. “Vem reajuste de combustível?
Vem. Queria que não viesse”, pontuou. Hoje, porém, ele disse que o aumento é
uma “realidade” e, assim, “temos que enfrentar”.
Nesta segunda, a Petrobras confirmou a
afirmação do presidente ao anunciar um reajuste de 9,2% no preço do óleo diesel
e de 7% no da gasolina a partir desta terça. O preço médio de venda da gasolina
A da Petrobras, para as distribuidoras, passará de R$ 2,98 para R$ 3,19 por
litro. Já para o diesel, o preço médio de venda da Petrobras, para as
distribuidoras, passará de R$ 3,06 para R$ 3,34 por litro.
Bolsonaro voltou a defender a mudança
da cobrança do ICMS sobre combustíveis e disse que o aumento dos preços não é
culpa do governo federal. “Quanto mais aumenta o combustível, melhor para os
governadores. E quem paga a conta é o governo federal”, declarou. Diante do
aumento dos preços no País, Bolsonaro destacou que não é “o malvado”. “Não
quero aumentar o preço de nada, mas não posso interferir no mercado.”
(Estadão)
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