Crianças passam por cirurgia de Fissura Labiopalatina no DF

A abertura da 3ª Campanha Nacional de Fissura
Labiopalatina, realizada ontem no auditório da Escola Superior de Ciências da
Saúde (Escs), chamou a atenção para a seriedade da anomalia, que atinge quase 5
mil recém-nascidos no Brasil todos os anos. Só no Distrito Federal, estão
previstas 17 cirurgias no Hospital Regional da Asa Norte (Hran) entre hoje e
quinta-feira.

A iniciativa da instituição internacional Smile
Train, em conjunto com a Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica e a Fundação
Ideah, tem como objetivo conscientizar a população sobre a importância do
diagnóstico e do tratamento da fissura labiopalatina. Se não for tratada, a
deformidade faz com que as crianças tenham dificuldade de comer, respirar e
falar.

Entretanto, a pior parte acaba sendo a inclusão
social. Por causa da aparência, muitas das crianças são abandonadas pelas
famílias, não conseguem ter amigos nem frequentam a escola. Em uma tribo do
Parque Nacional do Xingu, por exemplo, recém-nascidos são sacrificados.

A diretora da
Smile Train na América do Sul, Mariane Góes, comemora o crescimento da
campanha. “Hoje nós estamos com o poder público ao nosso lado, associações de
pais e filhos, além dos 39 centros especializados realizando 4 mil cirurgias
por ano”, conta.

O presidente
da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica (SBCP), Luciano Ornelas Chaves,
afirma que 350 pacientes serão beneficiados em todo o Brasil. Ele também falou
sobre a Lei Distrital 5.958/17, que obriga a notificação de casos no DF. “Agora
lutaremos por uma lei que abranja todo o Brasil”, diz.

O diretor do
Hran, José Adorno, pensa que, quanto mais o hospital evolui no tratamento,
maior a responsabilidade. “À medida que a gente melhora o serviço, a demanda
aumenta”, constata. Ele acredita que esse fator deve ser usado como motivação
para o Hran progredir ainda mais como referência.

O coordenador
do Ambulatório de Fissurados do Hran, Marconi Delmiro, finalizou a abertura
lembrando que a fissura lábio palatina não é algo incomum. “Elas estão entre as
anomalias congênitas mais frequentes entre os seres humanos, ocorrendo em um a
cada 650 nascidos vivos”, aponta.

Maria da
Solidade Santos, mãe de Hellena, 2 anos, se mostra satisfeita com a campanha.
“Minha filha vai fazer a cirurgia nesta semana. É muito legal porque fui
amparada por toda a equipe. Eu estava totalmente perdida”, desabafou.

(J.Br/Foto: John Stan/redação JAL)

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