A Justiça negou o pedido de prisão, mas determinou medidas cautelares contra o profissional
Um médico condenado pelo feminicídio da ex-mulher foi denunciado por abuso sexual de adolescente em Goiás. Alfredo Carlos Dias Matos, 55 anos, teria violentado uma paciente de 17 anos durante atendimento em 2023. Apesar da solicitação do Ministério Público de Goiás (MPGO) para que o suspeito fosse preso, a Justiça negou o encarceramento, mas determinou medidas cautelares contra o profissional.
Segundo a denúncia do MPGO, o médico teria se aproveitado de sua posição profissional para cometer o abuso durante um atendimento. A vítima, que procurou o profissional devido a dores no estômago, foi submetida a exames e, posteriormente, o médico alegou que ela possuía uma condição chamada “anteversão do útero”.
Sob o pretexto de realizar um procedimento para corrigir essa suposta condição, o médico teria instruído a paciente a retirar a roupa e a teria tocado em seus seios e na região íntima, alegando que estava reposicionando o útero. A mãe da adolescente, que acompanhava a consulta, percebeu o desconforto da filha e pediu que o médico interrompesse o procedimento.
Após o ocorrido, a adolescente e sua mãe procuraram outro médico, que informou que o procedimento realizado pelo profissional anterior não tinha embasamento técnico. Diante disso, elas decidiram denunciar o caso ao MPGO.
Médico denunciado por abuso de adolescente pode ter licença médica suspensa
Além da denúncia por abuso sexual, o órgão também solicitou à Justiça a suspensão da licença médica de Alfredo. O pedido se baseia na gravidade do crime e no histórico do médico, que já foi condenado por matar a ex-mulher.
O MPGO argumentou que a suspensão da licença é necessária para garantir a segurança de outras pacientes e para evitar que o médico continue a cometer crimes semelhantes. A Justiça ainda não se pronunciou sobre o pedido de suspensão da licença.
O cirurgião gástrico já possuí condenação por feminicídio
O cirurgião gástrico já possui uma condenação por feminicídio, ocorrido no final dos anos 1990, quando ele matou sua ex-mulher, Magda Maria Braga de Mattos em Nova Lima (MG). Na época, ele dopou a mãe da vítima com um suco e injetou álcool no soro da ex, que estava internada para tratar de dores abdominais. Segundo o processo, Alfredo não aceitava que Magda estivesse em outro relacionamento.
O Mais Goiás entrou em contato com o hospital onde Alfredo realiza atendimentos, mas não conseguiu falar com os responsáveis. Também procurou o Ministério Público de Goiás (MPGO) e o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego), mas ainda não obteve retorno. O espaço permanece aberto para manifestações, e a defesa do profissional não foi encontrada.FONTE MAIS GOIAS