Segundo a titular da Delegacia
Especializada em Atendimento à Mulher (Deam), Tamires Teixeira (foto em destaque), a denúncia mantém a versão
de que houve estupro coletivo. “O inquérito foi relatado hoje, e vai ser
remetido ao judiciário hoje também”, afirmou Teixeira.
A delegada afirmou que a
investigação conseguiu elementos para indiciar os suspeitos. Os investigadores
ainda esperam resultados complementares do laudo do IML. A polícia deixou de
fora da denúncia o irmão do subtenente da PMDF, Daniel Dias Marques, após vídeo
que o mostra ele completamente embriagado no dia do crime. O relatório da PCDF
ainda comentou sobre o laudo do IML, que não encontrou vestígios de atos
sexuais.
“Em um primeiro momento, causa
estranheza que uma vítima, abusada por cinco homens diferentes, por várias
horas, não tenha nenhuma lesão na vagina e nem apresente sequer vestígios de
conjugação carnal recente. Entretanto, sabe-se que crimes sexuais nem sempre
deixam vestígios, mormente quando praticado com mulher adulta, com vida sexual
ativa”, pondera o relatório. “Ademais, a própria vítima alega que não esboçava
reação, nem tentava reagir, por medo de ser morta, em razão da presença de arma
de fogo no local”, completa.
A delegada ainda defende no
relatório a importância na palavra da vítima, que muitas vezes é o único
elemento em casos de estupro. “Desacreditar a vítima, nessa fase inquisitorial,
só faz aumentar a cifra negra existente nos crimes sexuais, pois inúmeras
vítimas se sentem sozinhas e desamparadas, não tendo coragem de denunciar
abusos”, afirmou a delegado no texto.
A defesa dos dois homens emitiu
nota sobre os indiciamentos. “A defesa dos acusados respeita plenamente o
trabalho desenvolvido pela Autoridade Policial, sem, contudo, concordar”,
escreveram. “A defesa repudia veemente a conclusão do Relatório Final, já que
não corresponde à realidade das apurações”, completaram os advogados.
O caso
Na segunda-feira (11/10), a
Polícia Militar do Distrito Federal (PMDF) abriu investigação contra o
subtenente Irineu Marques Dias. O militar foi acusado de cometer estupro contra
a jovem de 25 anos em uma festa na cidade goiana.
A suposta violência teria acontecido no sábado
(9/10), durante uma festa organizada pelo irmão do subtenente Daniel Marques
Dias. Irineu, Daniel e um terceiro homem, identificado como Thiago de Castro
Muniz, também foram identificados pela mulher como autores do abuso.
Na sexta-feira (15/10), a jovem mudou a versão
dada à polícia e retirou a acusação contra Daniel.
No primeiro depoimento, a moça contou aos
policiais que ela teria ido à festa na sexta-feira (8/10), já com o objetivo de
virar a noite. Na madrugada de sábado, duas mulheres a teriam convidado para
dormir. Depois de entrar no quarto, as duas teriam saído e, em seguida, entrou
o militar, com uma arma.
Ainda segundo a versão da mulher, o policial a
teria abusado sexualmente e, depois, foi seguido por mais cinco pessoas, que se
revezaram no estupro. Por fim, ela teria conseguido escapar e buscado ajuda com
vizinhos. O Corpo de Bombeiro Militar do Estado de Goiás (CBMGO) prestou apoio
a mulher e a levou ao Hospital Municipal Bom Jesus.
Após a denúncia da jovem, os acusados foram
conduzidos à 17ª Delegacia Regional de Águas Lindas e foram presos em
flagrante. Nessa quarta-feira (13/9), o Tribunal de Justiça de Goiás (TJGO)
negou o pedido de liberdade da defesa dos acusados.
(G1) www.jornalaguaslindas.com.br
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