Segundo informações da coluna de Mônica Bergamo, do Jornal Folha de São
Paulo, o áudio de diálogo entre Joesley Batista e Ricardo Saud, da JBS, enviado
pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, ao Supremo Tribunal Federal
(STF) nesta segunda-feira (4/9), contém citações sobre a presidente da Corte,
ministra Carmen Lúcia e a chefe do Executivo nacional cassada, Dilma Rousseff
(PT).
Nas conversas, o empresário e o advogado da companhia também mencionam
outros dois magistrados do STF, Ricardo Lewandowski e Gilmar Mendes, segundo
revelou o repórter Rodrigo Rangel, da revista
Veja, além do ex-ministro da Justiça e ex-advogado-geral da União
José Eduardo Cardozo.
No áudio, Joesley e Saud tiram sarro sobre suposta proximidade de
Cardozo, Dilma e Cármen Lúcia. A dupla da JBS conversa sobre a possibilidade de
atrair o ex-advogado-geral para um encontro, sob pretexto de que gostariam de contratá-lo
para serviços advocatícios.
O Procurador-geral da República pediu investigação, nesta segunda-feira
(4/9), sobre o áudio, gravado por acidente, entre os executivos, com duração de
quatro horas, no qual eles mencionam que o advogado Marcelo Miller, à época em
que era procurador, teria atuado para garantir facilidades aos delatores junto
à Procuradoria-Geral da República (PGR).
De acordo com Veja, que conversou com fontes que tiveram acesso ao
áudio, uma das menções é considerada “gravíssima” pelos procuradores e as
outras devem causar embaraços aos demais.
O áudio, segundo fonte ouvida pela revista, revela que Joesley e Saud
estavam alcoolizados durante uma conversa realizada enquanto testavam
gravadores.
As gravações revelam também diálogos sobre o ex-ministro da Justiça e
ex-advogado-geral da União José Eduardo Cardozo. Trechos da conversa foram
divulgados pelo jornalista Lauro Jardim, do jornal O Globo:
— (…) temos que usar (parte inaudível) Zé Eduardo, pressionar o Zé
Eduardo pra ele contar quem é o cara do Supremo.
Em outro trecho, Joesley fala de Marcelo Miller, o ex-procurador que
participou do acordo de leniência:
— (…) se nós entregar o Zé, nós entrega o Supremo… Eu eu falei pro
Marcelo. Falei: Marcelo, você quer pegar o Supremo? Quer? Pega o Zé.
Na sequência, volta a falar sobre Cardozo para Saud:
— Eu vou entregar o Executivo e você vai entregar o Zé. O Zé vai
entregar um … Vou ligar e chamar ele e falar: Ô Zé, seguinte: você precisa
trabalhar com a gente. Nós precisamos organizar o Supremo. A única chance que a
gente tem de sobreviver. Você tem quem? Como é cada um? Qual a influência que
você… nesse? Como é que a gente grampeia? O Zé vai entregar tudo.
(Conteúdo
Metrópoles/Foto: uol/redação JAL)