Assassino confesso de Raphaella tenta suicídio em cadeia de Alexânia

Assassino
confesso da estudante Raphaella Noviski, 16 anos, em Alexânia (GO), Misael
Pereira Olair, 19, tentou tirar a própria vida na cadeia. O advogado Joel Pires
de Lima disse que as investidas ocorreram, pelo menos, três vezes desde
segunda-feira (6/11), quando o rapaz foi preso logo após invadir a Escola
Estadual 13 de Maio e dar 11 tiros na adolescente.

Misael está na unidade prisional de Alexânia e
divide a cela com o homem apontado como seu comparsa, Davi José de Souza, 49.
Por causa dessas tentativas de suicídio, Lima protocolou na Justiça, nesta
quarta (8), requerimento pela separação da dupla.

“O Davi não quer presenciar um possível
suicídio. Além disso, tentamos evitar que ele seja ainda mais responsabilizado
pelos atos do Misael”, explicou o advogado. O juiz substituto do Fórum da
Comarca de Alexânia, Leonardo Lopes dos Santos Bordini, tem até 15 dias
para decidir sobre o pedido.

O defensor acrescentou que, segundo relatos de
Davi, Misael pede aos agentes penitenciários que deem a ele “pílula para não
acordar mais”. O assassino de Raphaella também tem recebido ameaças de
outros detentos, conforme revelou o Metrópoles na terça (7)
.

Em
depoimento à delegada que investiga o caso, Rafaela Azzi, Misael já havia
relatado a intenção de acabar com a própria vida. No momento da sua captura,
ele portava suposta mistura de veneno para rato e paracetamol. O rapaz afirmou
à investigadora que beberia o líquido vermelho logo após matar Raphaella.

A comarca de Alexânia analisa outro requerimento elaborado
pela defesa de Davi, pedindo que ele responda ao crime em liberdade. Para
Misael, o advogado solicitou diretamente à Comissão de Direitos Humanos da
Ordem dos Advogados do Brasil de Goiás (OAB-GO) o acompanhamento da integridade
física do acusado.

Segundo Lima, o rapaz estaria sofrendo retaliação dentro do
presídio por parte dos carcereiros.

Para Lima, o olho roxo do acusado nesta terça-feira (7), na audiência
pública de custódia, indica sinal de represália. Na ocasião, após
questionamento do juiz Leonardo Bordini, Misael respondeu que o hematoma foi
ocasionado por queda no banheiro. “Essa
história é balela. Se apareceu com hematoma após o exame de corpo de delito
[feito na segunda-feira, dia da prisão], algo errado aconteceu, pois o
procedimento não havia indicado lesão alguma”, afirmou.

O advogado contou que, desde a prisão de Misael, os familiares mais
próximos não o procuraram. Inicialmente, o criminalista defenderia apenas Davi.
Mas a OAB-GO o nomeou para atuar também pelo autor dos disparos. Lima afirma
que até mesmo parentes distantes do rapaz estão escondidos, por medo de
retaliação.

O crime chocou Alexânia, cidade com 26 mil habitantes. Raphaella foi
assassinada com 11 tiros à queima-roupa, sete deles no
rosto
. Misael pulou o muro da escola, invadiu a sala onde a jovem
estudava e disparou contra ela. A entrada dele no local e o pânico dos
estudantes foram registrados por câmeras de segurança.

Na sequência, Misael tentou fugir em um carro conduzido por Davi, que
havia levado o rapaz até o colégio. A dupla acabou presa. Além do revólver
calibre .32, o assassino confesso portava uma faca e uma máscara, utilizada por
ele na hora do crime. Em depoimento, Misael disse que matou a estudante por
sentir “ódio” dela.

Segundo a delegada, trata-se de crime passional, pois o rapaz havia
tentado se aproximar da jovem e reagiu brutalmente diante das negativas dela.

(Metrópoles/Foto: Michael Melo/redação JAL)

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