Operação investiga esquema de descontos irregulares em benefícios previdenciários; Alessandro Stefanutto é um dos alvos de mandados de busca e apreensão
Brasília — A Polícia Federal, em conjunto com a Controladoria-Geral da União (CGU), deflagrou nesta quarta-feira (23) a Operação Sem Desconto, que tem como foco um esquema de descontos irregulares aplicados a benefícios previdenciários. Cerca de 700 policiais federais e 80 servidores da CGU cumprem 211 mandados judiciais em diversos estados do país.
Um dos principais alvos da operação é Alessandro Stefanutto, presidente do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), que foi afastado do cargo por decisão judicial. Stefanutto, que é servidor de carreira do órgão desde o ano 2000, estava na presidência do INSS desde janeiro de 2023.
De acordo com as investigações, o esquema envolvia descontos indevidos em aposentadorias e pensões, causando prejuízos significativos aos segurados. Os detalhes ainda estão sendo mantidos sob sigilo, mas as autoridades indicam que há fortes indícios de envolvimento de servidores públicos e empresas privadas no esquema fraudulento.
A operação é considerada uma das maiores ações recentes de combate à corrupção no setor previdenciário. A CGU afirmou, em nota, que as irregularidades identificadas comprometem diretamente a segurança financeira de milhares de beneficiários do INSS, reforçando a urgência de medidas corretivas e punitivas.
A Justiça Federal determinou o afastamento imediato de Stefanutto e de outros servidores suspeitos, como forma de preservar as investigações e evitar a obstrução de provas. A equipe de comunicação do INSS informou que ainda não há nome definido para assumir interinamente a presidência do órgão.
A Polícia Federal e a CGU continuam com as diligências e prometem divulgar mais informações nas próximas horas.
Mais uma vez vemos um escândalo envolvendo a gestão de um órgão essencial à vida de milhões de brasileiros. O INSS, que deveria ser símbolo de proteção social e amparo aos trabalhadores, se vê no centro de uma investigação gravíssima. O afastamento do presidente Alessandro Stefanutto não é apenas uma medida preventiva — é um alerta de que as estruturas públicas ainda estão vulneráveis à corrupção.
É revoltante pensar que, enquanto aposentados e pensionistas enfrentam filas, revisões e dificuldades para receber o que têm direito, exista quem use essa estrutura para obter vantagens pessoais. A confiança da população está em jogo, e ela só será restaurada com transparência, punição exemplar e mudanças reais na forma como esses órgãos são geridos.
O combate à corrupção precisa ser contínuo e implacável — especialmente quando atinge diretamente os direitos dos que mais precisam.
ValdivinodeoliveiraDRT001423/GO