Senadores denunciam Nísia Trindade por descarte de medicamentos para os Yanomamis

Os parlamentares alegam que houve o descarte de mais de 150 mil medicamentos que teriam sido comprados para atendimento ao povo Yanomami

Foto: Marcelo Camargo

Ao menos dez senadores da oposição protocolaram junto à Procuradoria-Geral da República (PGR) um pedido de investigação contra a ministra da Saúde, Nísia Trindade. Os parlamentares alegam que houve o descarte de mais de 150 mil medicamentos que teriam sido comprados para atendimento do povo Yanomami, muitos deles ainda dentro da validade.

“Diante desta situação, é inaceitável o descarte a tantos medicamentos dentro do prazo de validade, os quais poderiam ser utilizados e salvado a vida de inúmeros indígenas Yanomami que faleceram pela falta de acesso a medicamentos e atendimentos de saúde”, destacam os senadores.

Ainda em janeiro de 2023, o Ministério da Saúde declarou, por meio de portaria, emergência de saúde pública na área Yanomami. Na manifestação, os parlamentares destacam que a situação teria se agravado nos últimos meses.

“Há relatórios do próprio ministério que relatam aumento expressivo no número de óbitos provocados por diversas doenças, em especial pela desnutrição e malária que continua a assolar e dizimar os indígenas no território Yanomami apesar de todos os recursos e esforços empregado para as ações emergenciais de saúde e proteção aos Yanamami no ano de 2023”, alegam os senadores.

A peça foi assinada pelos senadores Damares Alves (Republicanos-DF); Marcos Pontes (PL-SP); Magno Malta (PL-ES); Mecias de Jesus (Republicanos-RR); Hamilton Mourão (Republicanos-RS); Rogério Marinho (PL-RN); Ciro Nogueira (PP-PI); Tereza Cristina (PP-MS); Jorge Seif (PL-SC); Plínio Valério (PSDB-AM); Eduardo Girão (Novo-CE); Carlos Heinze (PP-RS); Carlos Portinho (PL-RJ) e Flávio Bolsonaro (PL-RJ).

A O Antagonista, o Ministério da Saúde alegou que “a atual gestão se deparou com um cenário de crise humanitária do povo Yanomami causado pela desassistência e desestruturação da saúde indígena nos últimos anos”. A pasta informou ainda que “herdou estoques de medicamentos sem tempo hábil para distribuição e uso, comprados sem critérios ou planejamento”.

“Não há falta de medicamentos ou insumos para assistência dessa população. Os medicamentos que foram comprados nos anos anteriores e estavam com a data de validade próxima do vencimento, foram descartados”, informou o ministério.

O Antagonista

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