A primeira vacina contra dengue não deve chegar ao Sistema Único de Saúde (SUS) tão cedo. Mesmo tendo sido aprovada pela Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa), o Ministério da Saúde informa que o imunizante, produzido por um laboratório japonês, ainda precisa passar por análises internas antes de ser incorporado à rede pública. Isso pode levar até um ano. Além disso, o ministério prioriza um produto nacional, desenvolvido pelo Instituto Butantan, que ainda nem teve a pesquisa concluída.
A vacina japonesa teve eficácia geral de 80,2% contra a dengue causada por qualquer sorotipo e pode ser aplicada em crianças acima de 4 anos, adolescentes e adultos até 60 anos de idade. O imunizante começará a ser vendido na rede particular a partir deste mês por valores entre R$ 400 e R$ 500.
Para ser oferecido pelo SUS, na rede pública, precisa ser avaliado antes pela Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias no Sistema Único de Saúde (Conitec). O pedido, segundo o laboratório japonês, será apresentado ainda neste mês.
No Brasil, o imunizante do Instituto Butantan, em desenvolvimento desde 2009, deve ser enviado para análise da Anvisa em meados de dezembro de 2024. Na prática, a aprovação deve ficar para 2025.
Este ano, o Brasil registrou 1,38 milhão de casos prováveis de dengue até o início de junho, número que supera em 22% os registrados no mesmo período do ano passado. Do total, 15.519 foram casos graves e com sinais de alarme, e 635 resultaram em morte. Os dados são do último informe semanal do Centro de Operações de Emergências de Arboviroses (COE Arboviroses).
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