DF tem a menor mortalidade infantil no Brasil

Novas unidades de saúde e
estratégias de saúde da família ampliam a assistência; população precisa levar
as crianças para vacinar

Foto reprodução

O Distrito Federal tem o menor índice
de mortalidade infantil no Brasil. É o que indica o Boletim Epidemiológico do
Ministério da Saúde. Enquanto a média de todas as unidades da Federação é de
13,3 mortes para cada mil crianças nascidas com vida, o DF registrou 8,5. Os
dados são de 2019, e, pela primeira vez, o índice ficou abaixo de 10, seguindo
uma trajetória de queda desde 1990, quando foram 28,9 mortes para cada mil
crianças nascidas vivas naquele ano.

 

“A mortalidade infantil não é uma ação
só da Secretaria de Saúde. Envolve também saneamento básico, água encanada,
transporte, asfalto…”, exemplifica a médica Miriam Santos, presidente do Comitê
Central de Prevenção e Controle dos Óbitos Materno Fetal e Infantil do DF. Ela
ressalta a importância de iniciativas como os bancos de leite e,
principalmente, a cobertura na rede pública e privada.

 

É o caso da inauguração das novas
unidades básicas de saúde. Já foram sete na gestão do governador Ibaneis Rocha,
e outras três têm previsão de ser entregues neste ano. “Tudo isso vai favorecer
a redução da mortalidade infantil”, opina a médica, lembrando a importância de
ações que vão desde o planejamento familiar até o tratamento de doenças
infantis.

 

Especialidades

Em nível especializado, na semana
passada o Hospital da Criança de Brasília José Alencar inaugurou uma nova ala
de terapia renal substitutiva, já em funcionamento para beneficiar diversas
crianças que precisam fazer diálise. O DF também se destaca por ter um
protocolo especial para uso do medicamento Palivizumabe por recém-nascidos de
até 31 semanas e 6 dias para combater doenças respiratórias. No restante do
Brasil, o uso só vai até as 28 semanas.

 

O DF também é a única unidade da
Federação que, desde 2011, possui o teste do pezinho ampliado, que detecta 40
doenças – agora, serão 53. Só em 2020, foram feitos 39.500 exames de primeira
amostra entre 37.918 crianças de nascimentos registrados na rede pública. No
total, já foram feitos mais de meio milhão de testes no DF.

 

Miriam Santos também reforça a
importância da implantação da estratégia de saúde de família, que facilita o
acesso ao atendimento, especialmente nas regiões mais vulneráveis do DF. “Nós
temos diferenças entre as nossas regiões de saúde, e isso faz com que desejemos
batalhar mais para que a gente melhore a qualidade de saúde, da educação, das
políticas públicas”, afirma a médica.

 

Atualmente, os servidores da área
também têm passado por treinamentos específicos da chamada Estratégia AIDPI, de
atenção integral a doenças prevalentes na infância. A expectativa é que, mesmo
com a pandemia de covid-19, o DF continue com índices de mortalidade infantil
abaixo da média nacional. “E não basta apenas fazer as nossas crianças
sobreviverem; a gente quer também que elas tenham qualidade de vida”, finaliza
Miriam.

 

Campanha de multivacinação

Hoje, o maior desafio para manter o
índice de mortalidade infantil em baixa no DF é a vacinação. Há alguns anos o
Distrito Federal e outros estados vêm registrando queda nas coberturas
vacinais. Entre os principais fatores estão as restrições da pandemia, a
circulação de fake news e a ideia de que não existe mais o risco de
contaminação por doenças como o sarampo, que voltou a ter casos registrados no
Brasil.

 

A cobertura vacinal no DF contra
várias doenças está abaixo do preconizado pelo Ministério da Saúde. No caso de
pólio, penta, rotavírus e tríplice, mais de 20% da população brasiliense não
está imunizada.

 

Por isso, prossegue até o próximo dia
29 a campanha de multivacinação para crianças até 14 anos e 11 meses. São 111
postos abertos de segunda a sexta-feira para realizar a atualização dos cartões
de vacina.

 

 

 

 

 

(Secretaria de Saúde/DF) www.jornalaguaslindas.com.br

 

 


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