O Estadão divulgou nesta quarta-feira (11) a informação de que o Ministério da Saúde gastou pelo menos R$ 973.173,14 para realizar o evento ‘Em Prosa – 1º Encontro de Mobilização da Promoção da Saúde no Brasil’. O encontro, realizado em Brasília de 4 a 6 de outubro, ganhou grande visibilidade devido ao vídeo em que uma mulher, vestida em trajes sumários, faz uma dança erótica ao som da música ‘Batcu’, da cantora Aretuza Lovi.
Assim que o escândalo tomou conta das redes sociais, a ministra da Saúde, Nísia Trindade, lamentou o episódio, que classificou como “inadmissível”. Uma de suas primeiras providências após o anúncio da criação de uma curadoria para avaliar apresentações em eventos de promoção da pasta, foi exonerar o diretor de Prevenção e Promoção da Saúde, Andrey Chagas Lemos.
A medida desagradou o Conselho Nacional de Saúde (CNS), que em nota publicada na segunda-feira (9) afirmou que “o episódio (a dança, grifo nosso) provocou uma enorme onda de comentários e reações, que vem cumprindo o papel de atacar, ridicularizar, criminalizar a trajetória de um servidor público, negro, gay, historiador e doutorando em Saúde Coletiva, que há décadas pauta a importância da universalidade do SUS e da Saúde Pública brasileira equitativa”. A nota na íntegra pode ser lida aqui.
Ainda como repercussão do evento, parlamentares de oposição ao atual governo enviaram requerimentos para apurar o nome dos responsáveis pelo evento e os gastos realizados pelo Ministério da Saúde. A ministra Nísia Trindade é obrigada a dar informações ao Congresso Nacional em até 30 dias, sob pena de enquadramento no crime de responsabilidade e afastamento do cargo.
Diário do Vale