Câncer no sangue: novo tratamento consegue reduzir progressão em 74%

Tratamento de imunoterapia apresentou bons resultados em testes realizados em pacientes com mieloma múltiplo

Foto: Getty Images

Um novo tratamento foi capaz de reduzir o risco de progressão do mieloma múltiplo em 74% durante um estudo realizado com pacientes que já não apresentavam resposta às terapias convencionais.

Os resultados da pesquisa foram apresentados na segunda-feira (5/6), durante o encontro anual da Sociedade Americana de Oncologia Clínica (Asco, na sigla em inglês), em Chicago (EUA), e publicados no mesmo dia no The New England Journal of Medicine.

O mieloma múltiplo é um tipo de câncer de sangue que afeta glóbulos brancos, chamados de plasmócitos. A maioria dos pacientes pode apresentar sintomas como fraturas ou dor óssea, baixa contagem de glóbulos vermelhos, cansaço, altos níveis de cálcio, problemas renais ou infecções.

Como a pesquisa foi feita
O ensaio clínico contou com a participação de 419 pacientes com mieloma múltiplo que não respondiam mais ao tratamento padrão. Eles testaram a eficácia do ciltacabtagene autoleucel, de nome comercial Carvykti, fabricado pela Janssen.

Metade dos pacientes recebeu Carvykti e os demais um tratamento padrão incluindo quimioterapia e esteroides. Ao final do período de 16 meses, os pesquisadores perceberam uma redução de 74% do risco de avanço do câncer entre os que receberam o novo medicamento em comparação aos que seguiram com o tratamento padrão.

Terapia CAR-T
O novo tratamento é uma imunoterapia de células T autólogas geneticamente modificadas, que envolve a reprogramação das células de defesa do sistema imunológico do próprio paciente, conhecido como terapia celular CAR-T. Ela é apontada como uma revolução no tratamento do câncer

As células de defesa do paciente, os linfócitos T, são retirados a partir da coleta de sangue, geneticamente modificados em laboratório para expressar um receptor específico contra o tumor, e transferidos de volta para ele. A partir daí, as células CAR-T se tornam capazes de reconhecer e matar as células tumorais.

Metrópoles

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