Ciro Gomes (PDT) ironizou uma trégua entre os presidenciáveis João Doria, governador de São Paulo e pré-candidato do PSDB, e do ex-juiz Sergio Moro, representante do Podemos. Sem citar os nomes dos possíveis concorrentes para 2022, Ciro disse que eles são do “bolsonarismo raiz”.
“Os dois candidatos suplentes do bolsonarismo raiz – que cresceram mamando nas tetas e depois chutando Bolsonaro – acabam de firmar um pacto de não agressão. Precisava? Já pensou o que um não teria a dizer sobre o outro?”, provocou no Twitter, em publicação nesta sexta-feira (10).
No mesmo dia, mais cedo, Doria disse ao UOL News ser necessário uma união da terceira via, que é uma tentativa para competir com o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o atual presidente Jair Bolsonaro (PL). O petista aparece como favorito nas pesquisas de intenção de voto.
“Não podemos nos agredir, temos que estar juntos, evoluindo no diálogo, e, lá adiante, provavelmente entre final de abril e início de maio, aí, sim, cristalizar para se verificar se na melhor via poderemos ter um candidato ou uma candidata em condições de disputar de maneira digna, altiva, para vencer os populistas Lula e Bolsonaro, e oferecer a melhor via para os brasileiros e o país”, disse Doria.
Mesmo que Lula e Bolsonaro não estejam oficialmente anunciados como pré-candidatos, o clima entre os presidenciáveis cotados para 2022 já está ficando mais acirrado. Se hoje Ciro preferiu não citar nomes, no mês passado ele fez críticas diretas a Moro e Lula. “[Moro é] Uma pessoa que simplesmente não tem vivência nenhuma […] Incapaz de fazer com equilíbrio, com isenção um processo que acaba devolvendo a impunidade para um governo que foi um dos mais corruptos da história brasileira, que é o governo do Lula”, disse para a CNN em novembro.
O ex-presidente, por sua vez, atacou os dois que considera seus maiores rivais para 2022. Em entrevista para o jornal argentino Página 12, Lula chamou Moro de “neofascista” e Bolsonaro de “fascista”.
J.Br