O senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente Jair Bolsonaro, usou a sabatina do advogado Cristiano Zanin, indicado pelo presidente Lula como ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), para perguntar a ele o que pensa da prática de “fishing expedition”.
O parlamentar citou a Operação Verine, da Polícia Federal (PF) — que, por ordem do ministro Alexandre de Moraes, do STF, deflagrou busca e apreensão na casa de Bolsonaro e apreendeu o celular do ex-presidente.
“Fishing expedition é quando você vai buscar carteirinha de vacinação e volta com um celular”, explicou Flávio. “O que o senhor acha disso?” Em sua resposta, Zanin condenou a prática.
“Essa é uma prática que deve ser condenada, pois o Estado não pode eleger alguém como alvo e, depois, buscar provas contra esse alvo”, disse o advogado. “A persecução deve ser justificada na origem. Não é uma prática no devido processo legal.”
Na CCJ, Flávio ainda comentou o julgamento que pode deixar o pai inelegível — que ocorre amanhã, no âmbito do Tribunal Superior Eleitoral. Segundo o senador, foram anexadas ao processo informações posteriores à saída de Bolsonaro da Presidência.
“Estão enxertando uma ação contra Bolsonaro para deixá-lo inelegível”, disse o parlamentar a jornalistas, depois de sair da sessão. “Zanin me respondeu e até me atendeu bem a resposta dele, pois ele é um garantista.”
O senador ainda destacou que não tem nada pessoal contra o advogado de Lula. “Minha questão é a impessoalidade”, continuou. “Por menos disso, o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal, impediu o atual deputado Delegado Ramagem (PL-RJ) de assumir a diretoria-geral da PF, pois pensou que tinha algo de pessoal na relação dele com Bolsonaro. Desejo que Deus ilumine Zanin para que ele tenha bom senso.”
Revista Oeste