Na eleição de 2018, 55 pessoas com interesses empresariais no setor da educação doaram R$ 15,4 milhões a 28 candidatos que foram eleitos e passaram a integrar a Comissão de Educação da Câmara. Isso aconteceu com um a cada três integrantes do colegiado, que conta com 97 parlamentares.
O dado consta do levantamento “O Congresso na pandemia”, da plataforma Parlametria, que será publicado nesta quarta-feira (11/5). Os trabalhos foram conduzidos pela Open Knowledge Brasil e pela Lagom Data.
Entre os deputados que receberam doações de pessoas envolvidas com o setor de educação, o relatório destacou Felipe Rigoni, do União Brasil do Espírito Santo; Tiago Mitraud, do Novo de Minas Gerais; Tabata Amaral, do PSB de São Paulo; e Marcelo Calero, do PSD do Rio de Janeiro.
As doações de pessoas físicas mencionadas pelo estudo são previstas em lei e foram declaradas pelos parlamentares ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Em 2015, o STF declarou inconstitucional a doação de empresas para candidatos.
Segundo o levantamento do Parlametria, Guilherme Figueiredo Maia Luz, ex-sócio da Somos Educação e hoje sócio da Galena Educação, doou para Mitraud, Calero e Tabata. Daniel Faccini Castanho, do grupo Ânima Educação, doou para Rigoni, Calero e Tabata. Marcelo Battistella Bueno, sócio de Faccini, doou para Rigoni e Tabata.
Outro empresário citado pelo relatório foi Rodrigo Melzi, ex-CEO do Grupo Estácio, que fez doações para Rigoni e Tabata. Antenor de Souza Mello Camargo Filho, sócio da FMU, também doou para os dois deputados.
Florian Bartunek, por sua vez, sócio-fundador da Constellation Investimentos e sócio da Fundação St. Paul’s, doou para Rigoni e Mitraud. João Carlos Di Gênio, que fundou o grupo Objetivo, doou para Samuel Moreira, do PSDB de Minas Gerais, e Gastão Vieira, do Pros do Maranhão.
Metrópoles