O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) retomou, nesta terça-feira (30/1), críticas ao ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). Durante a Conferência Nacional de Educação (Conae), na Universidade de Brasília (UnB), o chefe do Executivo adotou tom eleitoral para falar com estudantes e citou também o eleitorado religioso.
Ao se dirigir aos alunos da universidade, o presidente disse não querer falar de educação para eles, já que eles estariam mais por dentro do assunto do que o próprio petista. Em vez disso, Lula falou de política e, sem citar nomes, comparou o governo atual com o anterior, de Jair Bolsonaro (PL).
“Tínhamos um cidadão que não gostava de escola pública, gostaria que as pessoas tivessem aula em casa. Só uma pequena parte poderia contratar professor para estudar em casa. Queria escola cívico militar, provavelmente cansado com as denúncias na educação desse país”, afirmou. “Ele mal e porcamente sabia soletrar democracia”, criticou.
Lula disse que o oponente político negou a existência do coronavírus e a vacina contra a doença. “Vivemos o que é a história da fake news e a violência que está criando na cabeça dos adolescentes, o bullying da rede social. É uma geração vivendo uma experiência que não vivi. Vemos a extrema-direita crescer em vários lugares do mundo”, apontou.
“É uma extrema-direita irresponsável, que mente descaradamente o dia inteiro sobre tudo e que utiliza a boa-fé e religião do nosso povo pra fazer política”, disse.
Em dezembro, durante evento do PT, Lula havia questionado como o partido conversaria em 2024 com estudantes e evangélicos, eleitorados relevantes em ano de eleições municipais.
Lula encerrou o discurso falando dos pleitos municipais. “Esse ano vai ter eleições. Qual será o nosso papel nas eleições? Será que os professores do Brasil inteiro não têm condição de eleger um vereador em cada cidade?”.
“Tudo que a gente deseja, tudo que quer, passa pela política. Estamos vendo o crescimento da extrema-direita, do ódio, do preconceito, da negação, a política de costume está tomando conta a nível nacional”.
O presidente também citou forças de oposição. “Tem gente que não aceita o fato da gente ter realizado a Conae, que colocamos cotas, que coloquemos uma fila de empregada doméstica para ser médica. É importante não esquecer nunca: vocês têm a responsabilidade de nos cobrar e nos ajudar”.
Resistência da oposição
Nessa quinta-feira (24/1), 11 parlamentares ligados ao bolsonarismo publicaram uma nota pedindo o adiamento da Conferência, que começou no domingo (28/1).
Segundo os deputados e senadores, o documento de referência para a Conae deste ano, divulgado em outubro de 2023, trouxe “profunda preocupação” por expor “diversas questões político-ideológicas, sem embasamento científico, ao qual recomendamos a suspensão, para que todos os setores econômicos e sociais possam participar ativamente das discussões”.
Nesta tarde, o evento terá a Plenária Final para definir o texto base para o Plano Nacional de Educação (PNE), dos anos de 2024 a 2034.
Metrópoles