O governador goiano Ronaldo Caiado (União-GO) reafirmou que é pré-candidato à sucessão presidencial em 2026 – “100% candidato” – e que já tem utilizado os finais de semana para viajar e se fazer conhecido em outros estados brasileiros. Ele confirmou que vai disputar a convenção do União Brasil no ano da disputa para se colocar como candidato.
“Em março de 2026 disputarei a convenção do partido. Nos finais de semana, já tenho andado pelos Estados, tenho discutido uma pauta que precisa ser conhecida para que a gente possa chegar a uma condição de competitividade em 2026”, disse em entrevista ao Estadão publicada nesta segunda (29).
Se a candidatura se confirmar, será a segunda disputa de Caiado à presidência da República. Ele tentou pela primeira vez em 1989 no restabelecimento das eleições diretas no país, mas terminou o pleito em décimo lugar com 0,68% dos votos – e apoiou Fernando Collor no segundo turno que acabou vencendo naquele ano.
A intenção de Caiado de disputar a presidência em 2026 não é nova e já vem sendo ventilada desde o final do ano passado. Ao longo do primeiro semestre deste ano, ele confirmou várias vezes que pretende participar e que é o principal nome do União Brasil para a disputa.
Retrocesso
Ronaldo Caiado vê que o país “caminha para o atraso”, e que apenas o setor do agronegócio coloca o Brasil em alto grau de competitividade. O resto, diz, há uma submissão a outras nações.
“Chegando à presidência da República, vou mostrar que a democracia exige que as pessoas tenham compartilhamento do poder para desenvolver um país que hoje caminha para o atraso, só é competitivo no mundo no nosso setor da agropecuária, pois no restante somos caudatários dos outros países, inclusive daqueles em que anteriormente éramos referência em desenvolvimento”, disparou.
A crítica sobre a necessidade de “compartilhamento do poder” se dá também por conta da reforma tributária e do arcabouço fiscal, que ele promete fazer “mudanças substantivas”. Isso porque a mudança no sistema tributário vai concentrar toda a arrecadação e distribuição de recursos em apenas um órgão em Brasília – o que ele se coloca contra.
Caiado vê que o modelo aprovado pela Câmara e que será analisado minuciosamente pelo Senado pode colocar estados e União um contra o outro pela distribuição dos recursos, além de um longo período de implantação que terá o atual e o novo código tributário em vigor. Isso, afirma, fará com que muitas empresas deixem de investir no Brasil por dúvidas e falta de segurança jurídica.
“Não é estrangulando a estrutura municipal e a estadual e concentrando tudo em Brasília que vão resolver os assuntos do Brasil. Está mais do que demonstrado que o Brasil não tem mais condições de continuar nesse nível de perda de espaço no cenário internacional”, completou.
Pesquisa coloca Lula contra Bolsonaro, Michelle, Tarcísio e nomes da direita
O instituto Paraná Pesquisas divulgou, nesta sexta-feira (24), um levantamento de intenção de voto para presidente com Luiz Inácio Lula da Silva (PT) contra sete nomes da direita e outros políticos, como os governadores Eduardo Leite (PSDB) e Helder Barbalho (MDB) e Ciro Gomes (PDT), em uma eventual disputa presidencial.
Foram ouvidas 2.020 pessoas, presencialmente e em todo o país, entre os dias 27 de abril e 1º de maio. A margem de erro é de 2,2 pontos percentuais para mais ou para menos, e o nível de confiança é de 95%.
No primeiro cenário, que tem Jair Bolsonaro (PL), o ex-presidente aparece com 38,8% das intenções de voto ante 36,0% de Lula. Ciro Gomes tem 8,4%, seguido por Eduardo Leite (3,4%) e Helder Barbalho (1,0%).
Bolsonaro está inelegível após ter sido condenado por abuso de poder político e econômico pelo Tribunal Superior Eleitoral (TSE). Ele está impedido de concorrer em eleições até 2030 e ainda tenta reverter a inelegibilidade.
Já contra Michelle Bolsonaro (PL), Lula tem 36,6% das intenções de voto, ante 33,0% da ex-primeira-dama. Ciro Gomes aparece com 10,1%. Leite tem 3,8% e Helder Barbalho, 1,4%
Em um eventual enfrentamento contra Tarcísio de Freitas (Republicanos), o presidente aparece com 36,9%, enquanto o governador paulista tem 25,6%. Na sequência vem Ciro Gomes com 11,8%, Eduardo leite, 3,8% e Helder Barbalho, 1,3%.
Os demais cenários incluem os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO), Romeu Zema (Novo-MG) e Ratinho Junior (PSD-PR), além da senadora e ex-ministra da Agricultura de Bolsonaro Tereza Cristina (PP-MS).
Cenário (com Ronaldo Caiado) – Lula (PT): 37,2%
Ciro Gomes (PDT): 14,7%; Ronaldo Caiado (União Brasil): 10,9%; Eduardo Leite (PSDB): 5,6%; Helder Barbalho (MDB): 1,7%; Nenhum/branco/nulo: 21,6%; Não sabe/não opinou: 8,2%.
Cenário (com Tereza Cristina) – Lula (PT): 36,9%; Ciro Gomes (PDT): 15,2%; Tereza Cristina (PP): 8,4%
Eduardo Leite (PSDB): 6,5%; Helder Barbalho (MDB): 1,9%; Nenhum/branco/nulo: 22,5%; Não sabe/não opinou: 8,5%.
Cenário (com Ratinho Júnior) – Lula (PT): 36,3%; Ratinho Júnior (PSD): 17,6%; Ciro Gomes (PDT): 13,8%; Eduardo Leite (PSDB): 4,9%; Helder Barbalho (MDB): 1,6%; Nenhum/branco/nulo: 18,7%; Não sabe/não opinou: 7,2%.
Cenário (com Romeu Zema) – Lula (PT): 37,2%
Romeu Zema (Novo): 14,9%; Ciro Gomes (PDT): 14,8%; Eduardo Leite (PSDB): 5,1%; Helder Barbalho (MDB): 1,8%; Nenhum/branco/nulo: 19,1%; Não sabe/não opinou: 7,2%.
Diário da Manhã