“Há três anos não converso
com o deputado Francischini. A cassação dele foi um estupro. Por ter feito uma
live 12 minutos antes, não influenciou em nada, ele era deputado federal. Foi
uma violência, mesmo que por ventura alguém não goste dele aqui. Eu digo, há
anos não conversava com ele, deputado estadual, não tem contato conosco.
Raramente conversava com o filho dele em Brasília, mas aquela cassação foi uma
violência contra a democracia”, disse Bolsonaro.
“Quem deve reagir, em
primeiro lugar, é o presidente da Assembleia Legislativa do Paraná, assim como
Arthur Lira tem reagido quando aquela CPI do Renan Calheiros indiciou ou botou
nesse relatório alguns deputados federais. Isso não pode acontecer, o
parlamentar tem que ter imunidade por quaisquer palavras, opiniões e votos”,
continuou Bolsonaro, em tom de exaltação.
De acordo com Bolsonaro, o
parlamentar pode ter opinião sobre tudo, mesmo que configure crimes, como
“injúria e difamação”. “Cassação de um mandato, realmente é uma passagem triste
na nossa história. Nem na época do AI-5 se fazia isso. Que o pessoal critica
tanto o nosso AI-5. O parlamentar tem que ser preservado, se você não gostar do
parlamentar, não vote nele nas próximas eleições”, declarou.
No dia 28 de outubro, o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) decidiu cassar o
mandato do deputado estadual do Paraná Fernando Francischini (PSL-PR). É o
primeiro caso de cassação por fake news do país. Os
ministros acompanharam o voto do ministro corregedor-geral Luis Felipe Salomão,
relator do processo, sendo que somente Carlos Horbach deu parecer contrário.
“É um precedente grave, mas
se nós passarmos pano na possibilidade de um agente público dizer que o sistema
eleitoral é fraudado, o processo eleitoral perde a credibilidade”, afirmou o
presidente do TSE, Luís Roberto Barroso.
O deputado bolsonarista foi
cassado após investigação por uso
indevido dos meios de comunicação e por abuso de autoridade.
Fernando Francischini fez uma live, durante o primeiro turno das eleições de
2018, na qual afirmou, sem provas, que as urnas eletrônicas estavam fraudadas
para impedir a eleição de Bolsonaro à Presidência da República.
O Tribunal
Regional Eleitoral do Paraná (TRE-PR) havia absolvido Francischini por entender
que não havia prova de que sua live tenha tido o alcance necessário para
influenciar o resultado do pleito, mas o Ministério Público Eleitoral (MPE) recorreu ao TSE.
(Metrópoles)
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