O presidente da União Brasil, deputado Luciano Bivar (PE), avisou a correligionários neste sábado (30) que tentará um novo mandato na Câmara dos Deputados e que não manterá sua pré-candidatura ao Palácio do Planalto.
A comunicação foi feita no grupo de WhatsApp de parlamentares do partido, segundo interlocutores consultados pela Folha.
Na mesma mensagem, Bivar disse que planeja tornar pública a decisão na convenção estadual da União em Pernambuco, neste domingo (31), no Recife. Bivar nem sequer pontuou na pesquisa Datafolha da semana passada, que mostra o ex-presidente Lula (PT) 18 pontos à frente de Jair Bolsonaro (PL).
Com a desistência, integrantes da União Brasil dizem que o mais provável é que o partido lance a senadora Soraya Thronicke (MS) à corrida ao Palácio do Planalto. Eleita na onda bolsonarista de 2018, Soraya está no meio do mandato no Senado Federal —tem mais quatro anos pela frente.
A articulação para que Bivar desistisse de concorrer ao Planalto envolveu Lula. Inicialmente, Bivar tentou levar o partido para apoiar o petista. Integrantes da cúpula da União Brasil, porém, rechaçaram essa hipótese.
Uma consulta prévia foi feita com dirigente da legenda, que descartaram o apoio ao ex-presidente.
Na prática, a troca de Bivar por Soraya nada deve mudar da disputa polarizada entre Lula e Bolsonaro. Uma mudança haveria se Bivar desistisse, e a União Brasil em seguida optasse por não lançar candidato (o seu tempo de TV seria distribuído a todos os candidatos) ou apoiasse um ou outro no 1º turno.
O partido de Bivar detém a maior fatia de fundo eleitoral e o maior tempo de propaganda de rádio e televisão.
Para aliados de Lula, conseguir mais espaço na TV traria um impacto importante para a campanha petista e aumentaria as chances de uma definição ainda no primeiro turno.
A União Brasil foi formada a partir da fusão do PSL —antiga sigla de Bolsonaro— com o DEM. A ala do DEM rechaça uma aliança com Lula e argumenta que o bloco de Bivar não tem força nacionalmente para impor um acordo com o PT.
A hipótese de a União Brasil apoiar Lula no primeiro turno, porém, já era considerada remota por integrantes da cúpula do partido. Isso porque há dirigentes da legenda, como Ronaldo Caiado, pré-candidato à reeleição em Goiás, que seriam prejudicados com o apoio a Lula.
Além disso, há ainda nomes como o de Mauro Mendes, pré-candidato ao Governo de Mato Grosso, que já declararam apoio a Jair Bolsonaro (PL).
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