Traficantes escondem cocaína em caixões e faturam R$ 350 milhões

Criminosos transportavam entorpecentes dentro de carros funerários e caixões, a fim de despistar policiais em eventuais abordagens

Foto Reprodução

A Polícia Federal (PF), junto às polícias Civil, Militar e Penal, deflagrou a Operação Ataúde, na manhã desta quarta-feira (6/9), para desarticular duas quadrilhas que atuavam com tráfico de drogas. A primeira delas, com alcance nacional e suposto envolvimento de facção criminosa, fazia o transporte de entorpecentes dentro carros funerários e caixões, a fim de despistar policiais em eventuais abordagens.

Durante as investigações, órgãos de controle identificaram movimentações financeiras suspeitas que somavam mais de R$ 350 milhões. A 3ª Vara Criminal da Comarca de Governador Valadares (MG) emitiu sete mandados de prisão, 20 de busca e apreensão, além de ordens para bloqueio de 24 contas bancárias dos investigados.

O principal grupo investigado, segundo a PF, também alimentava diversas quadrilhas, em vários estados da Federação, e era responsável pela remessa de quase 150kg de drogas para cidades mineiras. Os entorpecentes foram apreendidos em três ocasiões.

A primeira ocorreu em 27 de novembro de 2020, quando 10kg de pasta base de cocaína e 48,5kg de crack foram apreendidos pela Polícia Militar de Minas Gerais (PMMG) em Ituiutaba (MG), após perseguição a uma caminhonete que desobedeceu a uma ordem de parada.

Durante a fuga, o veículo bateu de frente com uma Volkswagen Kombi, o que provocou a morte do segundo motorista. Na caminhonete, a PMMG encontrou as drogas e prendeu o condutor do veículo.

Em 10 de novembro de 2022, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) abordou um carro funerário, em Vargem (SP), de uma empresa com sede em Minas Gerais. À época, os policiais encontraram 50kg de crack dentro de um caixão. Uma pessoa foi presa.

O terceiro caso ocorreu em 30 de maio último, em Governador Valadares (MG). A PM abordou e prendeu quatro suspeitos que transportavam 27kg de crack dentro de um carro funerário. A carga iria para uma associação criminosa da cidade e, depois, vendida em comércios do município.

Um dos líderes da associação criminosa está preso e controla as atividades de tráfico de dentro do presídio. Recentemente, ele foi condenado a 26 anos de prisão por homicídio.

Da operação policial desta quarta-feira (6/9), participaram mais de 100 policiais das equipes que compõem a Força Integrada de Combate ao Crime Organizado de Governador Valadares (Ficco), inclusive grupos da força tática, do canil e de apoio aéreo.

Metrópoles

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