Sobrevivente de tiros disparados por policial no PR: “Fingi de morta”

O caso ocorreu no dia 2 de maio, quando Ronaldo Massuia Silva abriu fogo contra clientes de uma loja de conveniência em um posto em Curitiba

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Foto Reprodução

Priscilla de Almeida Dal Negro e o namorado, Eduardo Pribbnow, estavam na varanda da loja de conveniência do posto de combustíveis em Curitiba (PR), quando o policial federal Ronaldo Massuia Silva disparou vários tiros. Contra ela, foram três, e mais três contra Eduardo.

Priscilla relata que se fingiu de morta para que Ronaldo não atirasse mais nela. “Eu penso: ‘Poxa, se ele vê que eu estou viva ou se eu gritar ele também atira em mim’. Então, me fingi de morta”, disse em entrevista ao Fantástico, da TV Globo.

Matheus Coelho, um dos sobreviventes, tentou se proteger, mas foi atingido na perna por um dos projéteis. Ele e a namorada não estavam envolvidos na confusão inicial com o assassino. “Deu medo de morrer”, afirmou.

Também estava no posto a advogada Milena Christie Brotto e o namorado, o fotógrafo André. Ela não foi baleada, mas ele morreu após ser atingido por três tiros.

Entenda o caso
O caso ocorreu na madrugada do dia 2 de maio. Em uma lanchonete de posto na capital paranaense, o acusado, com sinais de embriaguez, abordou um segurança do local. Após isso, houve um tumulto entre os frequentadores do local. Ronaldo abriu fogo contra os presentes. Na ocasião, uma pessoa morreu e três ficaram feridas.

“Como se fosse um terrorista, à caça, ele atirava nos que estavam deitados”, contou o delegado da Polícia Civil do Paraná Wallace de Oliveira Brito.

Após a matança nnaa loja de conveniência, o homem sai com arma em punho, pouco depois retorna e senta-se na mureta. A polícia chega e o prende. Ao todo, foram disparados 15 tiros em um minuto de terror.

Negligência
O policial já respondia sindicância por negligência ou não cumprimento de ordem, além de desrespeito a superior hierárquico.

Ele também já foi alvo de denúncias do Ministério Público de Santa Catarina por resistência, lesão corporal e desacato. Em 2021, ele foi detido por policiais militares por descumprimento do decreto municipal da cidade de Imbituba que impedia aglomeração de pessoas. Era um momento crítico da pandemia.

O advogado de Ronaldo afirmou em nota que “as diligências requeridas pela defesa, que ajudariam a esclarecer os fatos, não foram até agora realizadas” e que “após os fatos ocorridos no posto de gasolina, o órgão acusador decidiu impulsionar o processo”.

Ronaldo também estava sob supervisão psiquiátrica no Complexo Médico Penal, diz o advogado do assassino. “De alguma forma, no princípio das coisas, eu agi em legítima defesa. Só que, assim, eu estou emocionalmente abalado”, afirmou Ronaldo ao ser detido.

A Polícia Federal instaurou um processo disciplinar sobre o caso e não se manifestará sobre o histórico ou o estado médico do agente. O inquérito já está concluído e Ronaldo foi indiciado por homicídio qualificado e sete tentativas de homicídio.

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

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