A Polícia Militar apreendeu 47 kg de ouro do garimpo ilegal durante uma operação de rotina em Manaus, no sábado (9). Após analisar o material, a Polícia Federal disse que foi a maior apreensão de ouro da história do Amazonas. Dois homens foram presos e, agora, a PF investiga a origem do minério.
A apreensão ocorreu na tarde de sábado, na Avenida das Torres, Zona Norte de Manaus. Segundo a PM, o ouro estava sendo transportado por dois homens em um Gol.
Quando passava pela avenida , o veículo foi interceptado por ocupantes de outro carro, uma Doblô, que tentaram roubar o ouro. Os criminosos disparam contra os suspeitos que estavam no Gol.
Policiais militares das Rondas Ostensivas Cândido Mariano (Rocam) foram acionados, mas quando chegaram ao local, os atiradores já tinham fugido.
Os PMs conseguiram prender os dois homens que estavam no Gol, além das 42 barras de ouro. Em seguida, a dupla e o material apreendido foram levados para a sede da Superintendência da Polícia Federal em Manaus.
Depois de identificar os homens presos, a PF afirmou que os dois já estavam sendo monitorados por envolvimento em uma quadrilha especializada na extração e venda de ouro ilegal da Amazônia.
“Nós estamos, há um ano, trabalhando em cima de uma organização criminosa que atua aqui no Estado, com conexão no Estado do Pará, que tem como objetivo produzir grandes quantidades de ouro provenientes notoriamente de garimpos ilegais”, informou o superintendente da PF no Amazonas, Umberto Ramos.
As investigações apontam que o ouro vem sendo extraído ilegalmente do leito do Rio Tapajós, no Pará. “A cidade de Manaus funciona como entreposto para distribuição no mercado nacional e internacional”, disse o superintendente da PF no Amazonas.
Ainda no sábado, depois da prisão dos dois suspeitos, a PF enviou agentes para o Aeroclube do Amazonas, na Zona Centro-Sul de Manaus, onde a aeronave usada no transporte das 42 barras de ouro foi apreendida.
De acordo com a Polícia Federal, o avião de pequeno porte saiu de Itaituba, no Pará, e passou por a Itacoatiara, no Amazonas. O destino era Manaus.
“Representa o recorde histórico de apreensão de ouro aqui no Estado do Amazonas. Uma apreensão que estimamos atinge a cifra de R$ 15 milhões”, afirmou Umberto Ramos.
Segundo o superintendente, o próximo passo é identificar a “assinatura química do ouro”. É o que a Polícia Federal chama de “DNA” do ouro. “O que a gente deseja, com a investigação, é identificar a tipologia, de onde veio, qual o tipo de garimpo que é utilizado por essas organizações criminosos, qual a composição química desse ouro”, detalhou o chefe da PF no Amazonas.
Com isso, os agentes pretendem comprovar a origem do ouro. Segundo a PF, as características do ouro apreendido demonstram que o material como destino o mercado internacional. “Notadamente, Europa e Estados Unidos”, afirmou o superintendente do órgão.
Pureza acima de 90%
O ouro apreendido tem pureza acima de 90%, o que chamou a atenção dos policiais federais.
“Só pra se ter uma ideia, uma comparação: considerando um produto vendido comercialmente com ouro, um produto de boa qualidade, trabalha-se com o percentual de 75% de pureza”, explicou o superintendente da PF.
g1
