Um crime bárbaro mobilizou o Grupo de Investigação de Homicídios (GIH) de Águas Lindas (GO), no Entorno do Distrito Federal, nessa quinta-feira (6/7). Tereza Aguiar Araújo, de 46 anos, foi presa sob suspeita de armar uma emboscada para matar a facadas o próprio marido, Francisco Nonato de Araújo (foto em destaque), 42. O crime ocorreu no sítio do amante de Tereza. Dois filhos da mandante e da vítima também teriam participação no homicídio.
Além do trio, o dono da chácara, que fica no Setor Imaracá, e um casal de caseiros são suspeitos. Segundo a investigação, Francisco pode ter morrido no último dia 23, data em que desapareceu.
Os investigadores tomaram conhecimento da situação nessa quarta, quando uma testemunha informou ter recebido uma proposta de R$ 150 para enterrar um corpo. O denunciante apontou os caseiros como autores da proposta.
“Fomos até a chácara, mas não tínhamos informações nenhuma. Lá estava esse casal e o dono da chácara. Tentamos levantar algumas informações sobre o desparecimento, mas eles negaram. Falaram que não sabiam de nada”, explica o delegado Vinícius Máximo.
“De mãos atadas, tivemos de sair de lá. Porém, a gente lembrou que esse casal era investigado por um homicídio cometido em maio e teríamos representado pela prisão deles.”
No entanto, antes de retornar à delegacia, a equipe de investigadores ouviu moradores da região, que afirmaram que Francisco estava desaparecido. Os policias foram até o endereço da vítima e encontraram a esposa dele e um filho. Aos investigadores, o rapaz disse que o pai tinha viajado de moto ao Maranhão para buscar farinha — algo que costumava fazer.
Ao retornar à delegacia, os agentes levantaram a ficha dos caseiros e verificaram que o mandado de prisão contra o casal havia sido expedido. Eles, então, retornaram à chácara e os prenderam. “Começamos a questionar sobre esse homicídio até que a mulher falou onde estaria o corpo”, informa Máximo.
“Estava com várias facadas pelo corpo, um golpe de machado na cabeça, pés e mãos amarrados, e enrolado em uma lona. Enterrado a mais ou menos a um metro de profundidade, com muita palha em cima, por isso não dava para sentir o cheiro”, completa o delegado.
Motivação
Ainda segundo a investigação do GIH de Águas Lindas, o filho mais velho de Tereza e Francisco frequentava a chácara havia vários anos, e considerava o dono do local como um pai. Revoltado com supostas agressões de Francisco contra a mãe, que mantinha um relacionamento com o proprietário do sítio, participou do planejamento do crime.
O grupo atraiu Francisco para o local com uma falsa promessa de um serviço. Ofereceram bebida alcóolica e o executaram a diversos golpes de faca.
“O casal fala que não participou, que só escutou o barulho da morte, mas que, depois, teria sido obrigado a enterrar no fundo da casa, senão seriam expulsos da chácara. Tereza, apesar de ter planejado tudo, não participou da execução”, finaliza Vinícius.
O filho ouvido pelos policiais no início da investigação não participou do crime. Segundo os policiais apuraram, Tereza e os outros dois filhos inventaram a história da viagem ao Maranhão para despistá-lo.
A polícia ainda procura o dono da chácara e o filho mais novo de Francisco.
Metrópoles