Na última quarta-feira, 9, um vídeo de um morador em situação de rua sendo agredido por um personal trainer ganhou grande repercussão na internet. Depois de presenciar a esposa tendo relações sexuais com o sem-teto, o treinador Eduardo Alves, 31, espancou o homem e alega que a mulher, de 33 anos, foi estuprada. No entanto, as autoridades ainda não chegaram à uma conclusão sobre quais possíveis crimes foram cometidos neste caso.
A repercussão nas redes sociais, porém, veio dias depois da divulgação do vídeo do episódio. Nesta quarta-feira, 16, foi um dos assuntos mais comentados no Twitter.
Mesmo com o caso tendo sido registrado por câmeras de segurança, ainda há pontos a serem esclarecidos pela investigação da polícia.
O vídeo
A situação foi gravada em vídeo por câmeras de segurança de uma casa na rua onde o carro da mulher estava estacionado. O caso viralizou nas redes sociais, o que aumentou a sua visibilidade.
Nas imagens, Eduardo aparece batendo nos vidros do carro por alguns momentos até conseguir abrir a porta do veículo. Ele, então começa a agredir o sem-teto enquanto ele ainda está no interior do carro.
Em seguida, o personal aparece conversando ao telefone enquanto agredia o homem fora do veículo, enquanto a mulher se veste. Ela, em determinado momento, se ajoelha no chão durante o tempo em que o homem é agredido.
O personal
No momento em que aparece falando ao celular, o personal trainer, Eduardo Alves, estava ligando para o 190 e alegou que a esposa foi vítima de violência sexual.
Na 16ª Delegacia de Polícia, em Planaltina (DF), responsável pela apuração do caso, ele explicou sua versão e disse que a mulher estava com problemas psicológicos e saiu com a mãe dele no dia do ocorrido.
“Ele [Eduardo] relatou que, após ajudar um morador de rua em Planaltina, as mulheres (mãe e esposa) haviam se separado. Ele procurou pela esposa e, ao avistar o carro estacionado, imediatamente se aproximou, momento em que viu a mulher com um homem, tendo relações [sexuais]. Nesse momento entrou em luta corporal”, afirmou, em nota a UOL, a Polícia Civil.
Conforme depoimento, Eduardo contou que durante quatro horas procurou a mulher e tentou ligar para o telefone dela, que estava desligado.
O agredido
O morador em situação de rua, Givaldo Alves de Souza, 48, afirmou ainda no hospital que a mulher parou o carro no lugar que ele costuma dormir e o chamou. De acordo com seu depoimento à polícia, ela teria proposto “Vamos brincar?”. A mulher, então, o convenceu a entrar no veículo antes deles serem flagrados pelo “homem bravo” no momento em que estavam tendo relações sexuais.
Givaldo afirma, ainda, que não sabia que a mulher era casada e que foi procurado nas imediações do lugar onde costuma dormir, perto da escola Centro de Educação Fundamental Paroquial de Planaltina.
O elemento fé
Eduardo acionou um pastor conhecido da família que disse à polícia que a mulher teria ido até ele dias antes da ocasião falando que “queria ajudar na obra de Deus”. Segundo o pastor, ela teria manifestado interesse em ajudar pessoas em situação de rua. Ele disse, também, que acredita que ela apresentava problemas psicológicos e relatou para a polícia que, ao se encontrar com ela no hospital depois do caso, ela disse “de forma confusa que havia recebido uma mensagem de Deus”, e também afirmou que as relações com Givaldo foram consensuais.
A repercussão
Rapidamente a imagem do personal e da esposa foi divulgada nas redes sociais, bem como áudios atribuídos à mulher, que ainda não tiveram veracidade confirmada.
O casal precisou apagar os perfis das redes sociais após a situação.
Eduardo disse que a esposa foi violentada.
“Ela sempre foi uma mulher honesta, trabalhadora, temos atividades profissionais e filhos pequenos. O que aconteceu na última quarta-feira foi algo terrível que nunca havíamos vivenciado. Seguimos confiantes no trabalho de investigação da Polícia Civil do DF e do Ministério Público do DF”, disse ele sobre a esposa
Conforme explicou a defesa dos dois, o caso afetou toda a família, e em uma nota assinada por Eduardo, consta que a mulher além de sofrer violência sexual, está sofrendo outra violência ao ser acusada, em rede nacional, de traição.
Os envolvidos
Eduardo Alves não foi preso e deve permanecer em liberdade até o fim da investigação. Já sua esposa segue internada em um hospital particular.
Givaldo foi socorrido por bombeiros e encaminhado a um hospital com ferimentos na região do rosto e recebeu alta na última segunda-feira, 14.
As apurações devem esclarecer se, no contexto do crime, houve ou não violência sexual. O delegado responsável pelo caso não irá falar sobre o tema, que seguirá em sigilo.
J.Br