Da
Redação04 de nov de 2021(atualizado 04/11/2021 às 12h47)
Dados
financeiros de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, que defendeu o autor da facada
contra Bolsonaro, serão analisados
PF |
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O
Tribunal Regional Federal da 1ª Região derrubou as restrições à reabertura
das investigações sobre o atentado a faca contra o presidente Jair
Bolsonaro na campanha eleitoral de 2018. A Justiça autorizou a quebra de sigilo
de Zanone Manuel de Oliveira Júnior, advogado que na época defendeu
Adélio Bispo, o autor da facada.
Por
3 votos a 1, desembargadores do TRF-1 autorizaram mandados de busca e apreensão
contra o advogado. As medidas tinham sido determinadas em 2018 pela 3ª Vara de
Juiz de Fora (MG), onde a facada ocorreu. Em 2019, o desembargador Néviton
Guedes, relator do caso no TRF-1, suspendeu o cumprimento das ações com uma
liminar a pedido da OAB (Ordem dos Advogados do Brasil).
Com
a decisão do TRF-1, prevalece o entendimento da 3ª Vara de Juiz de Fora, que
determinou a retomada das investigações com o objetivo de apurar se houve um
mandante para o crime, especialmente porque Zanone Manuel teria
defendido Adélio gratuitamente após a facada contra Bolsonaro. A quebra de
sigilo do advogado foi pedida pelo próprio presidente. Pela
decisão da Justiça, serão analisadas movimentações financeiras realizadas de
setembro a dezembro de 2018, período decorrido depois do atentado.
A
reabertura da apuração sobre a facada ocorre após a realização de dois
inquéritos sobre o caso. Em julho de 2019, depois de analisar os quatro
celulares, o notebook e as movimentações financeiras de Adélio, a Polícia
Federal concluiu que o autor da facada agiu sozinho, sem mandantes ou
cúmplices. Esse inquérito confirmou as conclusões de um inquérito anterior,
feito nas duas semanas após a facada.
Na
Justiça Federal de Juiz de Fora, Adélio foi considerado incapaz em razão de
distúrbios psicológicos. Em junho de 2019, ele acabou inocentado do crime de
“atentado pessoal por inconformismo político”, previsto na Lei de Segurança
Nacional e apontado na denúncia dos procuradores. Se condenado, ele poderia ter
pegado até 20 anos de prisão. Bolsonaro chegou a dizer publicamente que
apelaria da decisão, mas nem ele nem o Ministério Público Federal apresentaram
recurso.
Adélio
Bispo cumpre medida de segurança na penitenciária federal de Campo Grande, no
Mato Grosso do Sul, por tempo indeterminado. Em 2022, sua condição psicológica
será reavaliada.
(Informatudodf) www.jornalaguaslindas.com.br