Chacina no DF: Justiça ouve acusados e testemunhas em audiência nesta quarta

As testemunhas e os acusados de planejar o crime serão ouvidas, no Fórum de Planaltina. Promotor do MP e delegado responsável pelo caso querem condenação dos acusados

Foto: PCDF

A maior chacina da história do Distrito Federal começa a ter desdobramentos no Tribunal de Justiça do Distrito Federal e Territórios (TJDFT) nesta quarta-feira (13/9). Os acusados de planejar o crime e as testemunhas serão interrogados, no Fórum de Planaltina.

O juiz Taciano Vogado Rodrigues Júnior reservou os dias 13, 14 e 15 de setembro para a audiência de instrução. Nessa etapa, haverá a produção das provas para convencer o magistrado a dar início ao Tribunal do Júri. A audiência chegou a ser iniciada em junho, mas foi adiada após pedido da defesa de um dos acusados.

A expectativa é de serem ouvidas nesta quarta as testemunhas arroladas na denúncia oferecida contra o Ministério Público do Distrito Federal e Territórios (MPDFT) contra Gideon Batista de Menezes, 55 anos, Horácio Carlos, 49, Carlomam dos Santos, 26, Fabrício Canhedo, 34, e Carlos Henrique Alves, 27. Na sequência, será ouvida as testemunhas dos acusados.

“Fizemos o nosso melhor (na investigação). Agora os fatos estão na fase processual, quer dizer, em outras mãos. Torço pela Justiça e que se vire essa página do pior crime que Brasília e o Brasil já viu, sentiu e chorou”, comentou o delegado Ricardo Viana, responsável pela chacina, à reportagem.

É esperado que peritos, policiais militares e civis, além de delegados responsáveis pelo caso, sejam ouvidos nesses três dias. A estratégia adotada pelos promotores é que ouvindo a autoridade policial, corrobora com a denúncia oferecida. “Junto com o material de prova que temos, como laudos cadavéricos, veículos que foram incendiados, além de perícias papiloscopistas e dos depoimentos que iremos ter, o juiz vai poder analisar se manda para júri ou não”, explica o promotor Daniel Bernoulli, ao Correio.

“Se há uma estratégia para esse primeiro momento, é ouvir os policiais que estiveram atuando no início das investigações, porque já pode montar uma estrutura (na hora de defender a condenação). A partir disso, vamos ouvindo as outras testemunhas chaves. Queremos a condenação de todos os culpados. Continuamos no mesmo objetivo”, completou o promotor.

Com a presença dos réus, um forte esquema de segurança está sendo montado. Todos estão presos no Complexo Penitenciário da Papuda, e serão escoltados pela Polícia Penal da Diretoria Penitenciária de Operações Especiais (Dpoe) ao local da audiência. Os cinco criminosos respondem por quase 100 crimes, entre eles homicídio, latrocínio, ocultação de cadáver, fraude processual e sequestro.

Relembre o caso
A maior chacina do DF começou com o desaparecimento da cabeleireira Elizamar da Silva, 37, e dos três filhos, Gabriel, 7, e os gêmeos, Rafael e Rafaela, 6. A mulher saiu do salão onde trabalhava, na 307 Norte, na noite de 12 de janeiro, após ser atraída para uma emboscada na casa onde moravam os sogros, Marcos Antônio Lopes, 54, e Renata Belchior, 52, — os dois também assassinados.

Segundo revelaram as investigações, a motivação se deu por causa da chácara onde Marcos morava, avaliada em R$ 2 milhões. Também foram mortos o marido de Elizamar, Thiago Silva, 30; a ex-mulher e as filhas de Marcos, Cláudia Regina, 55, Ana Beatriz, 19, e Gabriela Belchior, 25.

Correio Braziliense

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