Camareira é indiciada por estelionato após fingir ter leucemia para aplicar golpes em colegas de trabalho, em Pirenópolis

Polícia disse que Débora Barros admitiu que arrecadou mais de R$ 30 mil para tratar doença diagnosticada ‘na cabeça dela’. Se condenada, Débora pode pegar até 5 anos de prisão e ainda ter a pena aumentada.

Foto: Reprodução

A camareira Débora Barros dos Santos, de 26 anos, foi indiciada por estelionato após fingir ter leucemia para aplicar golpes em colegas de trabalho e amigos em Pirenópolis, no Entorno do Distrito Federal. A informação foi divulgada ao g1 pelo delegado Tibério Cardoso, que concluiu o inquérito do caso. A investigação mostrou que a jovem arrecadou mais de R$ 27 mil via PIX e cerca de R$ 4 mil em dinheiro.

O g1 tentou contato com Débora e o pai dela para pedir um posicionamento às 13h08 desta terça-feira (14), mas não teve retorno até a última atualização desta reportagem.

O delegado detalhou que Débora foi indiciada no fim da semana passada, por estelionato praticado em crime continuado, por conta das diversas vítimas subsequentes. Em depoimento, a jovem admitiu que o dinheiro seria para pagar o suposto tratamento e insistiu que passou por quimioterapia no Hospital Araújo Jorge, em Goiânia. Ao g1, o hospital informou que Débora nunca foi paciente na unidade.

“Ela alega que ‘na cabeça dela’ foi diagnosticada com leucemia, embora não tenha nenhum laudo médico que ateste isso. Por fim, ela alega que não sente mais sintomas da doença depois que voltou para o Maranhão”, disse Tibério.

A jovem prestou depoimento na cidade de Pio XII, no Maranhão, cidade em que ela está desde o fim de janeiro deste ano. Se condenada, Débora pode pegar até 5 anos de prisão e ainda ter a pena aumentada em mais de 3 anos.

O outro lado
Na última semana de dezembro, o pai de Débora falou que a filha foi usada por outra mulher que teria dito que a jovem tinha câncer. A família, que é do Maranhão, contou que essa mulher apareceu na vida de Débora 4 meses antes das doações de dinheiro.

“Ela forjou essa doença, eu acho que ela dopava a minha filha e inventava que esses remédios eram caros. A mulher pegava o dinheiro para comprar os remédios”, narrou.
Conforme o depoimento, Débora insistiu na versão de que essa amiga existe, mesmo sem confirmação da polícia.

“Ela insiste em dizer também que a amiga existe, e que ela a acompanhou durante todo o tratamento, porém perdeu o contato com ela e não conhece mais ninguém que tenha esse contato”, falou Tibério.

Fotos com sangue falso
Uma das colegas de Débora contou que a camareira enviava as fotos e dizia que eram coágulos que saíam após as sessões de quimioterapia. A oncologista clínica Milena Aparecida reforçou que o líquido nas imagens não é sangue e não representa sangramentos e nem coágulos.

“O paciente em tratamento para leucemia pode sim cursar com sangramentos (gengival e nasal, ao tossir por exemplo). O sangue em geral é vivo e podem sim formar coágulos. Mas a imagem é nitidamente falsa”, detalhou.

As vítimas contaram à polícia que a jovem pedia dinheiro para fazer exames e comprar remédios e cerca de 200 pessoas a ajudaram. Três amigas que se sensibilizaram com a suposta doença até fizeram tatuagens em homenagem à camareira (veja foto abaixo). Já o pai de Débora falou que a filha foi usada por outra mulher que teria dito que a jovem tinha câncer.

g1

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