Mais de 50 ganhadores do Prêmio Nobel na segunda-feira (13) pediram ao mundo inteiro que façam cortes nos gastos militares e dediquem essas quantias a um fundo global voltado ao combate a pandemias, aquecimento global e a extrema pobreza.
O gasto militar, em ascensão mundial, dobrou desde 2000 e atualmente atinge 2 trilhões de dólares por ano (quase 1,8 trilhão de euros), destacam os signatários deste pedido, a grande maioria, são cientistas premiados nas áreas de química, física e medicina.
“Os governos estão sob pressão para aumentar os gastos militares porque outros o fazem”, lamentam no comunicado, denunciando “um monumental desperdício de recursos que poderia ser usado de uma maneira mais inteligente”.
Assim, os ganhadores do Prêmio Nobel propõem que “os governos de todos os países membros das Nações Unidas negociem uma redução conjunta de seus gastos militares em 2% ao ano durante 5 anos”, argumentando em particular que os equilíbrios entre poderes e dissuasão nuclear permaneceriam como são hoje.
Este acordo ajudaria a “reduzir a animosidade, reduzindo os riscos de guerra”, consideram, afirmando que o “dividendo da paz” crescerá a cerca de 1 bilhão de dólares até 2030. Sugere também que metade desse valor seja distribuído entre governos, e o outro vá para um fundo controlado pela ONU, voltado para (o combate) a pandemias, mudanças climáticas e a extrema pobreza.
“A história nos mostra que acordos para limitar a proliferação de armas são possíveis: graças a tratados como SALT e START, os Estados Unidos e a ex-União Soviética reduziram seus arsenais atômicos em 90% a partir da década de 1980”, afirmam os vencedores do Prêmio Nobel do texto, defendendo que “a humanidade enfrenta riscos que só podem ser evitados com a cooperação”.
J.Br