Heloísa de Carvalho, 52 anos, soube da morte do pai Olavo de Carvalho por um post de um “olavete”. Ela afirmou que não pretende ir ao enterro e não se arrepende de ter rompido o relacionamento com o pai em 2017.
“Não é porque morreu que virou santo. Não tenho vontade nenhuma de ir, mesmo se o corpo vier para o Brasil, para os Estados Unidos muito menos”, disse Heloísa em entrevista.
Sobre o enterro, outra justificativa que Heloísa deu para não ir foi o isolamento social. Ela explica que tem medo de pegar Covid, principalmente, porque ela e o marido têm comorbidades.
Heloísa contou que não foi avisada por pessoas próximas de Olavo sobre a morte. Ela acredita que não será procurada por nenhum familiar e também não tem como fazer nenhum contato, pois não tem os telefones e está bloqueada nas redes sociais.
“Achei a notícia em alguma postagem de ‘olavete’. Claro que minha família, minha família não, meus pais, desculpa a minha família são outras pessoas, iriam me comunicar”, afirmou.
A filha de Olavo Carvalho contou que chorou um pouco de madrugada e que o que mais a comoveu foram as mensagens de apoio.
Heloísa relatou que não está sentindo “uma tristeza profunda que seria o normal quando se perde alguém querido”.
“Sei bem quem ele era, o mal que ele causou para tanta gente, para mim, para meus irmãos. Não dá para você ficar sofrendo por uma pessoa que não sofreu nem pela morte da própria mãe. Minha vó morreu agonizando chamando o nome dele e nem um telefonema ele deu”, contou.
No entanto, ela pondera: “mas também não estou feliz, querendo ou não era meu pai. Eu tive momentos com ele, eu visitava, eu tinha contato, eu rompi em 2017, antes disso foi uma vida com contato com convivência”.
Raiva
Heloísa contou que nunca sentiu ódio pelo pai, mas que sim tinha raiva em alguns momentos. Entre as lembranças negativas, está a falta de vacinação na infância.
“Ele não nos vacinou quando éramos criança contra o sarampo. Eu fiquei com sequelas auditivas, dois irmãos meus quase morreram”, contou.
“É muita coisa para de repente: morre e vou lá chorar em caixão. Eu realmente não consigo ser falsa”, afirmou a filha de Olavo de Carvalho.
Metrópoles