Brasil talvez possa ver a passagem do Cometa Leonard nos próximos dias

Astro talvez seja visível a olho nu logo após o poente, na direção oeste

Cometa Leonard
Foto: NASA

O cometa C/2021 A1 (Leonard) acabou de fazer sua máxima aproximação da Terra e promete ser visível, talvez até mesmo a olho nu, a partir do Brasil nos próximos dias. Mas não será fácil vê-lo. Ele foi descoberto exatamente um ano antes de sua aproximação máxima do Sol, em 3 de janeiro de 2021, por Gregory Leonard, do Observatório de Monte Lemmon (Arizona/EUA).

Sua trajetória sugere que o cometa Leonard estava numa órbita com período de cerca de 80 mil anos, e passou os últimos 40 mil viajando rumo ao interior do Sistema Solar, de uma distância de 3.700 unidades astronômicas, o equivalente a 550 bilhões de quilômetros.

Mas, ao contornar o Sol, no dia 3, o coice gravitacional da nossa estrela será suficiente para colocá-lo numa trajetória hiperbólica, ou seja, sem retorno. Ele partirá rumo ao espaço interestelar, onde se tornará um dos incontáveis objetos que trafegam entre as estrelas e, de vez em quando, cruzam um sistema planetário, como aconteceu com os vagabundos interestelares ‘Oumuamua e Borisov, os primeiros astros do tipo a serem detectados pelos astrônomos.

Antes do periélio, ele já fez sua máxima aproximação da Terra, no último domingo (12). Na ocasião, esteve a pouco menos de 35 milhões de quilômetros de nós e seu brilho beirou a magnitude 4, na constelação de Ofiúco. Como a visão humana é capaz de enxergar astros com magnitude até 5,5 (quanto menor o número, mais brilhante), em tese dá para procurá-lo com a vista desarmada, mas só em céus livres de poluição luminosa. Com binóculos, parece ser uma proposição mais garantida.

Nos primeiros dias de dezembro, ele esteve visível apenas a partir do extremo norte do Brasil, mas a situação já está melhorando para os observadores do hemisfério Sul. Na quinta-feira (16), ele já poderá ser visto das regiões Centro-Oeste, Sudeste e Sul, na constelação de Sagitário, com brilho mais ou menos parelho. A cada dia, com o afastamento, o astro vai se tornando mais e mais discreto, chegando ao fim do mês com magnitude acima de 6, na constelação do Peixe Austral.

Seja como for, cometas têm comportamentos imprevisíveis. Às vezes há aumento súbito de atividade, com correspondente ampliação do brilho, e por isso vale a pena ficar de olho.

E como encontrá-lo? Simples. Olhe para a direção do poente, logo após o Sol se esconder sob o horizonte. A cada dia que passa, o cometa estará mais alto no céu logo após o anoitecer (embora nunca chegue a realmente se afastar muito do horizonte oeste). Na sexta (17), será o dia mais propício para localizá-lo, pois ele estará pertinho de Vênus, facilmente reconhecível por seu brilho ultrapotente logo após o pôr do Sol. Use um binóculo nos arredores do planeta para encontrá-lo.

Para além da passagem do cometa Leonard, nos resta a tradicional chuva de meteoros Geminídeos, fruto do encontro anual do nosso planeta com a trilha de detritos deixada pelo asteroide Faetonte (ou Phaethon). O pico se dá na madrugada desta terça (14), mas infelizmente a Lua quase cheia pode ofuscar a observação das estrelas cadentes menos brilhantes. O melhor momento para observar vem por volta das 2h da manhã, quando a constelação de Gêmeos, de onde parecem emanar os meteoros, se apresenta na direção norte.

 

 

 

 

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