O valor dos produtos que compõem a cesta básica diminuiu em 12 das 17 capitais, onde o Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) realiza mensalmente a Pesquisa Nacional da Cesta Básica de Alimentos. Entre agosto e setembro, as reduções mais importantes ocorreram nas capitais do Norte e Nordeste: Aracaju (-3,87%), Recife (-3,03%), Salvador (-2,88%) e Belém (-1,95%). Os aumentos foram registrados em Belo Horizonte (1,88%), Campo Grande (1,83%), Natal (0,14%), São Paulo (0,13%) e Florianópolis (0,05%).
São Paulo foi a capital onde a cesta básica apresentou o maior custo (R$ 750,74), seguida por Florianópolis (R$ 746,55), Porto Alegre (R$ 743,94) e Rio de Janeiro (R$ 714,14). Nas cidades do Norte e Nordeste, onde a composição da cesta é diferente, os menores valores médios foram registrados em Aracaju (R$ 518,68), Salvador (R$ 560,31), João Pessoa (R$ 562,32) e Recife (R$ 580,01). Veja nas fotos a seguir os alimentos que ficaram mais baratos, segundo a pesquisa do Dieese.
O preço do óleo de soja diminuiu em todas as cidades, mesmo comportamento verificado em agosto. As quedas oscilaram entre -10,51%, em João Pessoa, e -0,86%, em Belo Horizonte. As cotações do grão caíram no Brasil e nos Estados Unidos. O maior volume de óleo de soja ofertado pela Argentina e a menor demanda interna pelo produto também propiciaram a queda nos preços.
O valor do quilo do feijão carioquinha teve queda em todas as cidades onde o item é pesquisado (Norte, Nordeste, Centro-Oeste, em Belo Horizonte e em São Paulo), com taxas que variaram entre -8,2%, em Recife, e -1,76%, em Brasília. O preço do feijão tipo preto, coletado nas capitais do Sul, em Vitória e no Rio de Janeiro, também foi menor entre agosto e setembro em todas as cidades (Porto Alegre, Curitiba, Florianópolis, Vitória e no Rio de Janeiro). As quedas oscilaram entre -5,04%, em Florianópolis, e -0,75%, em Curitiba. Em 12 meses, os valores recuaram em todas as cidades, com destaque para Vitória (-17,06%). As altas cotações do feijão e a menor demanda reduziram o valor no varejo.
O preço do leite integral diminuiu em 16 capitais, e a única alta, entre agosto e setembro, ocorreu em Recife (3,6%). As reduções oscilaram entre -16,39%, em Belo Horizonte, e -1,56%, em Belém. O elevado patamar de preço do leite resultou em retração do consumo. Por outro lado, o menor volume de venda, o crescimento dos estoques e o aumento das importações de laticínios culminaram em queda no varejo.
O preço do açúcar diminuiu em 14 capitais, com destaque para os percentuais de Recife (-7,71%) e Brasília (-3,4%). A maior alta ocorreu em Belém (3,14%). A maior oferta de cana e o aumento na moagem para a produção de açúcar reduziram o preço no varejo.
O preço do quilo da carne bovina de primeira diminuiu em 13 capitais, com destaque para as taxas de Aracaju (-6,27%), Salvador (-2,72%) e Rio de Janeiro (-2,37%). As altas mais expressivas foram registradas em Florianópolis (0,99%) e Campo Grande (0,82%). A exportação de carne bovina teve bom desempenho, em especial para a China. No entanto, a demanda interna permaneceu enfraquecida, devido ao menor poder de compra da população brasileira.
Entre os produtos que subiram de preço em setembro está a batata, que aumentou em todas as cidades da região Centro-Sul, onde o tubérculo é pesquisado. A diminuição da oferta ocorreu devido às chuvas e à redução do ritmo da colheita em algumas regiões. As altas mais expressivas foram registradas em Belo Horizonte (20,1%), Campo Grande (16,34%), Rio de Janeiro (16,02%) e Porto Alegre (11,91%).
Houve aumento no valor médio do quilo da manteiga em 14 das 17 capitais. As taxas variaram entre 0,19%, em Brasília, e 5,44%, em Campo Grande. As diminuições foram registradas em João Pessoa (-2,88%), Florianópolis (-1,38%) e Belém (-1,1%). A menor oferta de leite no campo, nos meses anteriores, elevou o preço no varejo.
R7