O presidente do Senado, Rodrigo Pacheco, criticou mais uma vez a alta dos preços dos combustíveis no país, nesta segunda-feira (14/3), e ressaltou que o Congresso Nacional tem discutido como exigir a “participação” da Petrobras para reduzir esse impacto, na condição de empresa que tem “função social”.
As declarações de Pacheco ocorreram durante participação do presidente em evento com o setor empresarial, em Belo Horizonte, capital de Minas Gerais.
“A Petrobras tem hoje uma lucratividade na ordem de três vezes mais que suas concorrentes, dividendos bilionários. Óbvio que é muito bom que isso aconteça, mas não pode acontecer em prejuízo da população brasileira que abastece seus veículos ou que precisa de transporte coletivo”, apontou, ao indicar que a empresa possui participação da União.
Questionado se a solução para a política de preços dos combustíveis no país passava pela troca de comando da empresa, Pacheco disse que essa era uma atribuição do Poder Executivo.
“Eu tenho absoluta convicção da retidão do general que preside a Petrobras, e o que nós esperamos dessa diretoria é que ela tenha a sensibilidade social de uma empresa que tem participação pública e que precisa ter o cumprimento da sua função social. O lucro é muito importante para a empresa, a remuneração dos seus diretores também o é, mas é muito importante que ela possa, eventualmente, reverter esse lucro muito acima da média para a própria população, através de mecanismos próprios para isso”, reforçou.
Pacheco reforçou ainda que o maior desafio do Legislativo hoje é “apartar” a pauta política da pauta eleitoral. De acordo com ele, o Senado seguirá reunindo esforços para votar matérias de interesse da população.
Lucro
No Congresso Nacional, parlamentares têm questionado o lucro recorde da Petrobras. No ano passado, a estatal registrou lucro líquido recorde de R$ 106,6 bilhões. Por causa dos resultados, a empresa vai distribuir US$ 37,3 bilhões aos acionistas — entre eles, a União —, como dividendos. Na quinta-feira (10/3), a Petrobras anunciou aumento de 25% no preço da gasolina e do diesel, e 16,06% no gás liquefeito de petróleo (GLP), seguindo as altas internacionais.
CB