O presidente Luiz Inácio Lula da Silva escolheu os dois nomes que vão assumir as diretorias de Política Monetária e de Fiscalização do Banco Central (BC). Ambos integravam uma lista apresentada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, a Lula, e devem ser oficialmente confirmados após a viagem do chefe do Executivo à China, que começa no dia 25 de março e vai até 1º de abril.
Os escolhidos por Lula são Rodolfo Fróes (diretoria de Política Monetária) e Rodrigo Monteiro (diretoria de Fiscalização). A informação foi publicada inicialmente pelo blog da jornalista Ana Flor, no G1, e confirmada pelo Metrópoles.
Fróes tem grande experiência no mercado financeiro. Ele passou por instituições como Bank of America, Capital Management e Flow Corretora. Também foi membro do Conselho de Administração do Banco Fator durante o período em que o secretário-executivo do Ministério da Fazenda, Gabriel Galípolo, comandou a instituição. Ele assumirá a vaga de Bruno Serra, cujo mandato terminou no dia 28 de fevereiro.
O futuro diretor de Fiscalização é o servidor de carreira do BC Rodrigo Monteiro. Ele entrará no lugar de Paulo Souza, que também deixou o posto no fim de fevereiro.
Os dois escolhidos por Lula precisam ser submetidos a sabatinas no Senado Federal para que tenham seus nomes aprovados.
O presidente do BC, Roberto Campos Neto, e oito diretores da instituição compõem o Comitê de Política Monetária (Copom), responsável por definir a taxa básica de juros. Com a entrada de dois nomes chancelados por Lula, o presidente da República deve ter mais apoio nas reuniões do colegiado.
Nos últimos meses, Lula tem criticado Campos Neto e o BC por manterem a Selic em 13,75% ao ano, patamar considerado muito alto pelo governo, que culpa os juros pela desaceleração econômica do país.
Na terça-feira (21/3), Lula voltou a subir o tom contra o BC e classificou como “absurdo” o patamar atual da Selic.
“Eu acho absurdo, de verdade, a taxa de juros estar a 13,75%, em um momento em que a gente tem os juros mais altos do mundo, em um momento em que não existe uma crise de demanda, não existe excesso de demanda. Ou seja, nós ainda temos 33 milhões de pessoas passando fome, nós temos desemprego crescendo, a massa salarial caindo… Então, não há nenhuma razão, nenhuma explicação, nenhuma lógica”, disse o presidente, em entrevista à TV247.
Metrópoles