Dólar sobe e fecha a R$ 5,74, maior nível desde março de 2021

Moeda americana chegou a R$ 5,86 ao longo do dia, com temor de recessão nos EUA; já o Ibovespa caiu 0,46%

Foto: InvestNews

O dólar começou a semana em alta, em dia marcado por forte aversão ao risco nos mercados globais. A moeda americana encerrou esta segunda-feira (5) em valorização de 0,56%, a R$ 5,7414, maior valor desde 30 de março de 2021.

Pela manhã, chegou a alcançar máxima a R$ 5,864, com temor de uma recessão nos Estados Unidos, mas recou ao longo da tarde, após a publicação de dados do setor de serviços americanos.

Já o Ibovespa fechou em queda. A principal referência da B3 terminou o pregão em baixa de 0,46% aos 125.269,54 pontos, após oscilar entre máxima a 125.850,51 pontos e mínima a 123.073,16 pontos.

Os investidores começaram o dia sob pressão após a Bolsa do Japão terminar o pregão em queda de 12,40%, registrando seu pior desempenho em um único dia em 37 anos.

Em determinado momento, a queda nas ações do país acionou o mecanismo de “disjuntor” — o circuit breaker — que interrompe as negociações para permitir que os mercados digiram grandes flutuações.

O medo de a economia dos Estados Unidos encolher ganhou corpo no mercado financeiro global ainda na sexta-feira, quando dados sobre o mercado de trabalho mostraram que o país criou menos vagas que o esperado e registrou aumento do desemprego em julho.

Isso elevou a um nível preocupante um índice usado pelo mercado para prever recessões, e enviou uma onda de aversão ao risco pelas bolsas mundo afora. Na Europa, os índices acionários também fecharam em forte queda.

Sócio e advisor da Blue3, Rafael Germano aponta que o mercado começou o dia num movimento de queda possivelmente excessivo, que foi corrigido no decorrer do pregão.

”Dados negativos nos Estados Unidos são esperados há algum tempo porque se sabe que estamos em processo de corte de taxas de juros. Os dados chegaram, mas o mercado, exagerado como sempre, acabou levando isso bem a sério”, afirmou, acrescentando, porém, que ainda não está claro que os Estados Unidos de fato seguirão rumo a uma recessão econômica.

Nesta segunda-feira, por exemplo, o índice de gerentes de compras (PMI, na sigla em inglês) do setor de serviços dos Estados Unidos medido pelo Instituto para Gestão da Oferta (ISM, na sigla em inglês) subiu de 48,8 em junho a 51,4 em julho, superando a previsão de analistas ouvidos pela FactSet, que esperavam alta a 51 pontos.

R7

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