Nas últimas semanas, uma polêmica envolvendo o nome do padre Júlio Lancellotti tem tomado conta das mídias sociais e dos veículos de comunicação após duelo de perícias que afirma e outra que nega que seja ele em vídeo pornográfico supostamente se masturbando para um adolescente.
De acordo com nova versão de perícia realizada por Mario Gazziro, contratado pela revista Fórum, teriam contratado um sósia do padre, construído um estúdio idêntico à sua residência e forjado um vídeo pornográfico, no qual o sósia se masturbava.
“Diminuíram ao máximo a exposição do impostor no vídeo, para evitar quaisquer aspectos que possibilitassem identificar a fraude de forma simples”, justificou Gazziro, ao rechaçar a hipótese de montagem.
Essa nova perícia, que é composta por mais de 300 páginas, descarta a validade do laudo anterior do próprio perito que apontava indícios de deepfake na gravação. No primeiro laudo, Gazziro afirmava que havia identificado supostas montagens no vídeo, mas agora alega que o arquivo verificado anteriormente era outro.
Vale ressaltar que o vídeo em questão já havia circulado na internet em 2020, sendo alvo de investigação e análise por parte do perito Onias Tavares de Aguiar, que afirmou, na época, a veracidade das cenas. O relatório de Aguiar foi utilizado pelo então deputado estadual Arthur do Val, que fez uma denúncia ao Ministério Público.
Diante disso, a Revista Oeste questionou o MP sobre o motivo do arquivamento do caso e, até o momento, não obteve resposta. Enquanto isso, a denúncia mais recente está em posse do Ministério Público, que ainda não se manifestou publicamente sobre o assunto.
A nova perícia realizada por Gazziro põe em xeque o laudo anterior, que apontava indícios de deepfake na gravação. O perito alega que o arquivo verificado anteriormente era outro, o que torna a veracidade das imagens uma incógnita.
Contraponto
A Revista Oeste divulgou no mês passado um laudo de 81 páginas dos peritos Reginaldo e Jacqueline Tirotti, contratados pela Folha de S.Paulo e pela Veja em outras ocasiões, que chegaram a um veredito de que é o padre nas imagens.
Eles usaram a verificação de distintos elementos: contorno facial, altura da calvície, inclinação do nariz, acessórios, mobílias. Tudo isso foi comparado com imagens do padre em outras situações. Por exemplo, em entrevistas a emissoras de televisão.
A denúncia contra o padre chegou à Arquidiocese de São Paulo, ao Ministério Público Federal (MPF), à Confederação Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) e ao Vaticano, instituição máxima da Igreja Católica. A primeira decidiu arquivá-la em menos de 24 horas. As outras três instituições ainda não se manifestaram.
AM Post