O ministro da Defesa, José Múcio (PTB), falou à imprensa na manhã desta sexta-feira (22/9). Na ocasião, ele foi questionado sobre o conteúdo da possível delação do tenente-coronel Mauro Cid à Polícia Federal (PF), em que o militar afirmou que Bolsonaro se encontrou com os comandantes das Forças Armadas para a análise de um suposto golpe.
À época, o ex-comandante da Marinha, Almir Garnier, teria apoiado um golpe, enquanto o comando do Exército discordou da situação.
“Tinha gente que não desejava sair do poder, largar o poder”, afirmou Múcio à imprensa.
Ainda de acordo com o ministro, os demais comandantes das Forças Armadas percebiam o apoio aberto de Garnier a Bolsonaro. “Eu percebia, os outros comandantes me receberam. Não sei se ele tinha aspirações golpistas, mas a gente sabia, os jornais falavam”, observou.
Múcio ainda destacou que é preciso parar de suspeitar das Forças Armadas, para que os culpados verdadeiros sejam devidamente punidos. “No dia 1º de janeiro, as Forças Armadas garantiram a posse do presidente e garantiram a plenitude democrática. Precisamos esclarecer essas coisas e deixarmos de suspeitar de todo mundo para que possamos punir os culpados”, ressaltou.
Múcio não conversou com Lula
O ministro afirmou que não conversou com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobre a delação de Mauro Cid. Mas ressaltou que a Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques democráticos do 8 de Janeiro tem toda a autoridade para convocar os envolvidos. O colegiado pode exigir, ainda, que a CPMI e o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes enviem o nome dos investigados.
“Tenho notícias todas as manhãs através de vocês (imprensa). (…) Mas aguardamos que tanto a CPI quanto o ministro Moraes nos passem os nomes dos implicados, quem foram os envolvidos, para que possamos tomar as providências”, concluiu o ministro.
Metrópoles