Moradores de uma cidade da Serra Gaúcha se uniram para construir uma ponte no lugar da que foi destruída pela enchente em setembro de 2023. A inauguração aconteceu neste sábado (20), em Nova Roma do Sul.
A cidade tem menos de 4mil habitantes que passaram por um sufoco desde que o principal acesso à cidade foi levado pela água: a ponte sobre o Rio das Antas, que tinha quase cem anos.
Nos últimos meses, sair ou chegar na cidade só foi possível por estradas que aumentam a viagem em pelo menos duas horas ou por uma balsa que para de funcionar sempre que o rio sobe.
Transtornos para a população e também para as empresas da cidade, que tiveram aumento de custos com transporte.
“Toda economia do município passa por essa ponte”, diz o presidente da Associação Amigos de Nova Roma do Sul, Tranquilo Tessaro.
Assim, a comunidade criou uma associação para arrecadar dinheiro e construir uma ponte nova.
“Teve pessaos que fizeram PIX de centavos, diziam que estavam desempregados e que no mês seguinte fariam algo mais”, conta Tranquilo
A comerciante Marinês Volpato Vezzaro conta como a comunidade se reuniu: “Teve muitos almoços, janta, todo mundo procurou fazer alguma coisa parra arrecadar dinheiro”.
Só as festas comunitárias beneficentes arrecadaram mais de R$ 600 mil. E rifas foram espalhadas por todo o comércio.
“Os prêmios foram doados pelo pessoal da comunidade e o valor é apenas R$ 10 o número, daí quem não tem muitas condições ajuda, nem que fosse R$ 10, já ajuda bastante, né?”, explica a comerciante Dalila Camatti.
O orçamento para reconstruir a ponte era de R$ 6 milhões, mas a campanha foi além e, em menos de quatro meses a comunidade juntou R$ 7 milhões, dinheiro usado na estrutura que tem mais de 400 toneladas de aço e concreto e também nas obras do entorno da ponte.
A associação contratou uma empresa de engenharia para fazer a obra. O governo do Estado do Rio Grande do Sul informou que ainda pretende construir outra outra ponte em Nova Roma do Sul, mas como a que foi feita pelos moradores resolveu os problemas emergencialmente, a obra saiu da lista de prioridades do governo federal.
A cidade está prestes a colher 40 milhões de quilos de uva, agora tem por onde transportar a safra.
“Eu chorei, eu chorei ao ver a ponte lá de novo erguida, não acreditava que o povo daqui fosse tão forte, tão assim esperançoso de conseguir erguer de novo”, diz Marinês.
g1