7 de setembro: manifestação pela democracia e liberdade de expressão leva multidão à Avenida Paulista

Manifestantes se posicionavam a favor da liberdade de expressão e da manutenção de direitos civis. Políticos e autoridades de oposição ao governo Lula compareceram.

Fotos: Toni Pires - Poder 360

Uma multidão de verde e amarelo ocupou a Avenida Paulista neste 7 de setembro. Dezenas de milhares de pessoas compareceram à manifestação reivindicando liberdade de expressão, direitos e garantias individuais.

Convocada pelo pastor Silas Malafaia, a manifestação tinha no centro a defesa da liberdade de expressão e dos direitos civis no Brasil. Milhares de pessoas se aglomeraram em torno de um trio elétrico para ouvir uma série de políticos e lideranças civis e religiosas, em sua maioria ligadas à oposição ao atual governo federal.

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL-RJ), o governador de São Paulo, Tarcisio de Freitas (Republicanos) e o deputado Nikolas Ferreira (PL-MG) foram algumas das principais lideranças presentes no evento.

Os candidatos a prefeito de São Paulo Pablo Marçal (PRTB), Ricardo Nunes (MDB) e Marina Helena (NOVO/SP) também compareceram.

Bolsonaro ressalta realizações de sua gestão
“Agradeço a Deus pela minha segunda vida”, afirmou Bolsonaro, em referência à facada sofrida em 2018.
A seguir teceu uma série de críticas ao modo de organização da atual política:

“A gente estava atrapalhando o sistema “, afirmou ao iniciar seu discurso na Avenida Paulista. Afirmou ainda que seu governo incomodava, pois estavam combatendo a corrupção:
“Aqui do lado, o Porto de Santos dava prejuízo de 500 milhões por ano. Para onde ia essa grana, de 1 bilhão por ano? Para o bolso de políticos e gente integrante do sistema […] Não tinha mais como roubar no Brasil. As estatais passaram a dar lucro”, afirmou.
Ressaltou ainda realizações de sua gestão:

“Quando mais nós diminuíamos ou zerávamos impostos, mais o Brasil arrecadava. Isso importunava o sistema, porque na verdade, eles não estavam roubando mais”, enfatizou.
Ao longo do discurso também falou em anistiar os presos pelo 8 de janeiro. E justificou alegando que só assim seria possível começar a pacificar o Brasil.

Chamou ainda as acusações que sofreu de “estapafúrdias, sem razão e sem materialidade”.

Bolsonaro agradeceu pelo carinho das pessoas. Disse também que é bem-recebido por onde passa: “Hoje eu sou o ex mais amado do Brasil”.

A seguir ele exaltou alguns dos feitos de seu governo, inclusive o fato de terem vencido a pandemia:

“Vencemos tudo isso, vencemos a pandemia”.
O ex-presidente encerrou, agradecendo às autoridades e demais presentes.

Os discursos começaram às 14h. Entre os que falaram no palanque oficial estavam os deputados federais Marcel Van Hattem (Novo/RS), Nikolas Ferreira (PL/MG), e o pastor Silas Malafaia.

Os discursos foram abertos por Van Hattem. Ele afirmou que estava sem voz durante a semana, mas conseguiu se recuperar para discursar. O gaúcho esteve ao lado do jornalista Michael Shellenberger, que divulgou o chamado “Twitter files Brazil”, em abril deste ano.

A fala do deputado foi uma incisiva defesa dos direitos e liberdades individuais no Brasil:

“A liberdade de expressão não tem preço”.
A seguir, foi a vez do discurso de Níkolas Ferreira (PL/MG), que abordou a defesa da democracia no eixo central de sua fala:

“Uma pessoa que não teve um voto não pode decidir a nossa liberdade, o futuro dessa nação.”
O deputado Nikolas Ferreira acompanhando o presidente Jair Bolsonaro na manifestação de 7 de setembro de 2024. Imagem: reprodução Youtube.

Falou também com o presidente da Câmara dos Deputados. Pediu a Arthur Lira que intercedesse pela libertação dos presos pelos atos de 8 de janeiro de 2023:

“Se o presidente quiser ter os votos da direita, que aprove a anistia para os presos políticos”.
Nikolas fazia referência aos candidatos apoiados por Lira nas eleições municipais de Alagoas deste ano. O mineiro encerrou o discurso com uma uma palavra de motivação:

“Talvez a gente morra sem ver o que foi prometido, porém só a Deus pertence o amanhã.”
Outra autoridade importante que realizou discurso foi Eduardo Bolsonaro (PL/SP). Usando uma camiseta preta com o símbolo da rede social X, afirmou que compartilha o espírito de luta pela liberdade com o dono da rede social:

“Cada um de nós aqui temos o mesmo espírito do Elon Musk: o desejo de lutar pela liberdade mesmo correndo o risco de sofrer injustamente por isso. Todos nós preferimos perder tudo que temos do que no futuro olhar nos olhos dos nossos filhos e dizer para eles que estamos numa ditadura porque no momento decisivo os seus pais optaram pela neutralidade, pela omissão”.
O organizador do evento, pastor Silas Malafaia, também se manifestou. Ao tomar a palavra, pediu que os ministros da Suprema Corte prestassem atenção ao que está acontecendo no país.

Também se dirigiu aos veículos de imprensa. Disse que a Folha de São Paulo foi colocada no inquérito das Fake News por divulgar conversas que, para determinadas autoridades, deveriam permanecer sigilosas.

Bolsonaro foi o último a discursar.

Candidatos a prefeito de São Paulo
A campanha de Ricardo Nunes temia que Pablo Marçal fizesse uso político da ocasião.

Candidato oficialmente apoiado por Jair Bolsonaro, Nunes (MDB) chegou ao ato e foi embora antes do discurso do ex-presidente, no momento em que o deputado Nikolas Ferreira (PL/MG) ainda discursava.

‍Pablo Marçal (PRTB) chegou no final do ato e discursou no trio elétrico oficial da organização do evento. Mesmo assim, vários vídeos de sua participação no evento foram divulgados.

‍A candidata Marina Helena (Novo) também compareceu à manifestação, em que discursou e esteve ao lado de outros políticos associados ao campo da direita, como Nikolas Ferreira (PL/MG), Carlos (PL-RJ) e Eduardo Bolsonaro (PL-SP).

No trio elétrico oficial os deputados federais Bia Kicis (PL-DF), Gustavo Gayer (PL-GO), Julia Zanatta (PL-SC) e o senador Magno Malta (PL-ES) também tiveram oportunidade de falar.

Como foi o dia
A movimentação começou logo cedo. Por volta das 9h30 da manhã, a Avenida Paulista já estava fechada para os eventos. Na esquina com a Avenida Brigadeiro Faria Lima, policiais militares haviam isolado a área, mas ainda não conseguiam controlar o acesso Agentes da Guarda Municipal organizavam motos e carros.

Por volta das 11h32, mais pessoas começaram a chegar na estação Trianon. Antes que saíssem, eram revistadas por policiais militares ainda na escadaria do metrô. No mesmo horário, trios elétricos já estavam realizando testes de som. Vendedores ambulantes ofereciam bandeiras e outros souvenires nas cores verde e amarelo. Famílias com crianças também podiam ser vistas na região do MASP.

O esquema de segurança contou com torres de observação montadas com estrutura de andaime. A quantidade de efetivo policial chamou a atenção. Pelo menos cinco agentes estavam em cada esquina e seis guardavam a saída da estação Trianon. O boneco pixuleco também participou da manifestação.

Por volta das 14h, a região em frente ao parque Trianon ficou lotada. No local, a presença de muitas famílias chamava a atenção. Um grande efetivo policial cobria todo o local.

Assim que Bolsonaro encerrou seu discurso e a multidão se dispersou.

Brasil Paralelo

Últimas notícias