Consumo imediato de colostro ao nascer pode determinar a sobrevivência das bezerras

O alerta
é da especialista da Trouw Nutrition. Adoecimento ou morte acomete 9 em cada 10
animais que não ingerem o alimento materno

Gazeta do Povo

Diferente
do que acontece com o ser humano, a imunidade das vacas não é transferida pela
placenta para o feto. Isso porque sua estrutura possui várias camadas,
impedindo a passagem dos anticorpos para a bezerra. Marília Ribeiro,
responsável pelo projeto Dra. SprayFo, da Trouw Nutrition no Brasil, explica
que, apesar de não receberem os anticorpos no útero, as bezerras têm outra
fonte de imunidade: o colostro.

 

O produtor
precisa enxergar o colostro como ponto de partida para o bom desempenho de uma
bezerra. O alimento é a primeira secreção da glândula mamária, rico em
nutrientes e anticorpos. Mas aqui a ressalva vai para os anticorpos, também
conhecidos por imunoglobinas, que desempenham importante papel no sistema de
defesa das bezerras. E não é só isso. O risco de mortalidade e morbidade de um
animal que não toma colostro é muito elevado. Na literatura, 9 em cada 10
animais que não ingerem a secreção têm chance de adoecimento ou morte nos
primeiros dias de vida”, alerta a Dra Sprayfo.

 

Marília
Ribeiro informa que o fornecimento do colostro deve acontecer imediatamente
após o parto e levar em consideração o peso do animal, já que o fornecimento
deve ser, em volume, de 10% do peso da bezerra. “Vamos usar um animal de 40
quilos como exemplo. Nesse caso, ele deve receber 4 litros de colostro no
primeiro momento de vida. Depois, é feita a segunda colostragem seis horas após
o nascimento com 5% do peso do animal, ou seja, 2 litros são fornecidos”,
informa a especialista da Trouw Nutrition.

 

O colostro
é um meio de cultura muito rico, por isso é importante que sua coleta seja
feita com o máximo de higiene, de forma a minimizar o risco de contaminação. A
Dra. Sprayfo recomenda o uso de um latão exclusivo para a coleta do colostro,
evitando o uso deste para a ordenha de leite descarte. Após a coleta, ideal é o
fornecimento imediato para a bezerra e evitar deixar este colostro parado por
muito tempo, pois isso aumenta a chance de proliferação de micro-organismos.

 

No entanto,
antes do fornecimento ao animal é preciso conferir a qualidade deste colostro.
Aqui o produtor pode utilizar o Refratômetro de Brix para realizar esta medida.
Recomenda-se um equipamento com escala de 0 – 32% Brix e é necessário realizar
a calibração do equipamento com água destilada antes da leitura. Um colostro é
considerado de boa qualidade quando a leitura é igual ou superior a 25% de Brix.

 

Outro ponto
importante a ser avaliado é a eficiência da colostragem, por meio da leitura do
sangue dos animais após 48 horas do nascimento. “Esse teste é feito com soro de
animais. Podemos utilizar o mesmo Refratômetro de Brix, mas a leitura aqui será
diferente: a referência para uma boa colostragem são valores iguais ou
superiores a 9% de Brix”, aponta a Dra. Sprayfo.

 

Um animal
bem colostrado enfrenta muito melhor os desafios sanitários, abrindo caminho
para uma vida de alta produtividade. “Os estudos relacionam a quantidade e a
qualidade do colostro ingerido com maior produção de leite no futuro. Isso
significa animais mais sadios no pós-desaleitamento, novilhas sadias para
reprodução e muito mais leite no tanque”, conclui Marília Ribeiro.

 

 

 

 

 

(Gabriel
Almeida) www.jornalaguaslindas.com.br

 


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