Por Gabriel Miqueleti
A demanda por alimentos de qualidade e segurança é crescente. Os consumidores querem saber o que estão colocando na mesa e entender cada etapa do processo de produção. “Para a cadeia de proteínas animais como um todo, o desafio é entender as exigências e adequar-se às necessidades do mercado de forma inovadora e sustentável”, ressalta Andréa Silvestrim, gerente de programa de Suinocultura da Trouw Nutrition.
“Como empresa de nutrição animal, nossa responsabilidade é desenvolver soluções e serviços que apoiem os produtores de animais. A redução do uso de antibióticos é uma demanda global e, atualmente, um dos maiores desafios. A boa notícia é que estamos alcançando ótimos resultados em granjas localizadas nas diferentes regiões do país. Um exemplo que nos orgulhamos muito é o da Granja Camari, vencedora do prêmio Agriness Melhores da Suinocultura, considerada uma das principais empresas da atividade, que a partir de uma estratégia bem definida, reduziu significativamente o uso de antimicrobianos na produção em um período de 24 meses, de forma prudente e sem comprometer o resultado”, explica Andréa.
Localizada em Cristais Paulista, no interior de São Paulo, a Camari é uma granja de ciclo completo com 1.120 matrizes ativas e abate médio de 3.300 animais por mês. Segundo Camilo Mendonça, diretor da empresa, desde o seu início, 25 anos atrás, o objetivo da granja sempre foi produzir com qualidade, eficiência e sustentabilidade.
“Em 2012 iniciamos o projeto com o objetivo de produzir carne com ainda mais qualidade e menor uso de antibióticos. A partir daí, mudamos todo o nosso pensamento sobre o negócio. O primeiro passo foi a biossegurança: adquirimos a área em Cristais Paulista para iniciar o projeto de uma granja livre de micoplasma, onde formamos nosso núcleo genético. Já em 2015 não recebíamos animais de fora, garantindo o primeiro estágio da biossegurança ao evitar a contaminação ‘focinho a focinho’. Ali também construímos barreiras sanitárias, passamos a ter um caminhão exclusivo para a transferência de ração e outro, também exclusivo, para a transferência de leitões entre as granjas”, explica Camilo Mendonça.
O diretor da Camari destaca que a retirada dos antibióticos foi apoiada por outras medidas importantes, como aquisição de animais certificados, protocolos de biossegurança, manejo diferenciado, estruturação dos protocolos de vacinação e nutrição de precisão.
“Nós, produtores, sabemos como a nutrição pesa no bolso – ela representa o maior custo no sistema de produção. Entendemos que uma nutrição de qualidade está diretamente ligada a desempenho esperado. A Trouw Nutrition nos oferece mais que produtos: são programas de modelagem, com os quais simulamos as condições ambientais, sanitárias, de manejo, genética e inclusão ou exclusão de determinados ingredientes. Com esses cenários, planejamos onde queremos chegar, tanto em desempenho zootécnico quanto em termos financeiros”, enfatiza Mendonça.
Andréa Silvestrim, da Trouw Nutrition, ressalta que a atenção em todas as etapas da cadeia produtivo é um diferencial da granja. “Na Camari, o cuidado começa com a escolha e a compra dos ingredientes, recebimento, armazenagem, análise e formulação da dieta. Com isso, conseguimos animais saudáveis e livres de contaminação. Aqui, a prioridade é a prevenção de doenças e de qualquer contaminação por micro organismos patogênicos e também o fornecimento do aporte necessário de vitaminas, aminoácidos, minerais e aditivos tecnológicos para os suínos terem boa resposta imune, deixando seu organismo preparado para enfrentar os desafios do início da vida produtiva. Não podemos deixar de destacar o trabalho importante realizado pela equipe de profissionais que realizam as tarefas da granja: consciência e responsabilidade alinhados ao propósito de reduzir o uso de antimicrobianos. As pessoas são peça-chave para um projeto dessa dimensão”, complementa a gerente da Trouw Nutrition.
“O desafio é constante, mas, para nós, a importância da redução do uso de antibióticos envolve não apenas a questão econômica mas também o bem-estar dos animais e, principalmente, a responsabilidade com os consumidores finais”, conclui Camilo Mendonça.