O
caso está sob apuração do Grupo Especializado no Atendimento às Vítimas de Crimes Raciais e Delitos
de Intolerância (Geacri), da Polícia Civil. O delegado
Joaquim Adorno, responsável pela investigação, disse que não vai comentar
especificamente sobre o ocorrido, mas relatou que o processo já foi
oficializado e segue para a conclusão do inquérito policial. Depois de
finalizado, o procedimento será encaminhado ao Poder Judiciário e o autor será
indiciado.
Segundo
a Polícia Militar (PM), o homem foi preso em flagrante após ofender uma
funcionária do estabelecimento por conta da cor da pele dela. O detido teria se
irritado por conta de demora no local e recusou atendimento de uma trabalhadora
por ela ser preta.
“Se
não bastasse a demora, ainda tinha que ser atendido por uma preta”, teria dito
o homem, segundo testemunhas que presenciaram o ocorrido. O suspeito ainda
afirmou que “odeia preto e pobre”.
Homem
saiu gritando que “era racista mesmo”, diz testemunha.
Depois
de cometer
ofender a atendente do hipermercado de Goiânia, o homem
afirmou que era “racista mesmo” e que “não iria falar baixo com uma preta”. O
relato foi feito ao Mais Goiás pela técnica em enfermagem Thais
Cruvinel, que presenciou o fato ocorrido no último domingo (14).
“Ouvimos
ele bater no balcão e reclamar da demora. Falou que aguardou 30 minutos para
ser atendido por uma preta. Começou a bater no balcão e a falar que odeia preto”,
relatou a testemunha.
Ao
ver a situação, a mulher pediu para que o suspeito deixasse de ser
preconceituoso e que respeitasse a profissional. Depois disso, o homem fez
gesto obsceno com a mão e ainda saiu gritando rumo ao estacionamento. “Ele
falava ‘sou racista mesmo. Não vai dar nada para mim’”, relatou Thais à
reportagem.
Testemunhas
narram que foram agredidas por mãe de homem preso por racismo em hipermercado
em Goiânia
Ainda
de acordo com a técnica em enfermagem, o namorado dela e outras pessoas foram
para o estacionamento no intuito de conter o suspeito. “O homem tentou entrar
no carro, mas meu namorado não deixou. Foi aí que a mãe dele [suspeito] começou
a nos agredir”, disse.
Ela
conta que a mulher mordeu, xingou, cuspiu e deixou diversos chutes nas
testemunhas. “Ela me xingou de prostituta, dizia que eu deveria vestir roupa.
Me mordeu, puxou meu cabelo e me deu chutes”.
De
acordo com Thais, as agressões só cessaram após a chegada da Polícia Militar.
Apesar do ocorrido, a jovem de 24 anos preferiu não registrar boletim de
ocorrência. “Eu só quero que o homem responda pelo crime de racismo. A
atendente não queria dar continuidade, estava com medo, mas nós a convencemos a
ir até a delegacia dar queixa”, afirmou.
Vítima
de racismo diz que ficou paralisada após as ofensas
A
fiscal de caixa que foi chamada de “preta” em um hipermercado que fica na
avenida Portugal, em Goiânia, afirmou à reportagem que se sentiu
paralisada e humilhada pela ofensa feita por um cliente –
que disse que não falaria com ela por causa da sua cor de pele.
“Ele
(suspeito) queria passar uma bicicleta, mas o caixa estava cheio de pessoas
aguardando atendimento e ele estava nervoso e muito alterado. Quando chegou a
vez dele, eu falei ‘Boa tarde, posso ajudar o senhor?’ e ele respondeu
gritando, então pedi para que se acalmasse, mas ele só ficou mais nervoso
ainda. Começou a dizer que estava fazendo um favor de comprar na loja e ainda
tinha que ser atendido por uma preta”, relata a moça, que tem 19 anos.
(Mais Goiás) www.jornalaguaslindas.com.br
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