Um grupo de 30 ex-presidentes de diversos países assinou uma carta na qual pedem ao presidente brasileiro Luiz Inácio Lula da Silva (PT) que cumpra seu discurso de defesa da democracia e rejeite a fraude eleitoral ocorrida na Venezuela.
No documento, os ex-chefes de Estado exortam Lula “a reafirmar seu inquestionável compromisso com a democracia e a liberdade, as mesmas de que gozam seu povo, e a fazê-la prevalecer também na Venezuela.” Eles afirmam que há uma “evidente usurpação da soberania popular que Nicolás Maduro Moros realizou, em conluio com os poderes do Estado que estão a seu serviço e sob seu controle, é feita com desprezo pela verdade eleitoral para se perpetuar no exercício do poder e afirmá-lo por meio de uma política de Estado repressiva e de violação generalizada e sistemática dos direitos humanos dos venezuelanos.”
O texto também sustenta que “o que está acontecendo é um escândalo. Todos os governos americanos e europeus sabem disso. Admitir tal precedente ferirá mortalmente os esforços que continuam a ser feitos com tanto sacrifício nas Américas para defender a tríade da democracia, do Estado e dos direitos humanos. Não exigimos nada diferente do que o próprio presidente Lula da Silva preserva em seu país.”
Por fim, o grupo argumenta que “esta mensagem que estamos enviando, em essência, nos coloca como porta-vozes dos sentimentos da maioria decisiva dos venezuelanos que hoje veem seus compatriotas, que lutaram ao seu lado, sofrendo prisões, torturas, desaparecimentos e até mesmo a perda da vida.”
A carta termina mencionando que a população venezuelana está “protestando em defesa de seu voto, estão resistindo pacificamente, guiados por María Corina Machado e por quem, como demonstram os relatórios eleitorais que são de conhecimento público e foram coletados pelas testemunhas na seção eleitoral, foi eleito presidente, Edmundo González Urrutia. A Venezuela tem o direito de fazer uma transição para a democracia.”
Os ex-presidentes que assinaram a carta são: Mario Abdo, Paraguai; Oscar Arias S., Costa Rica; José María Aznar, Espanha; Nicolás Ardito Barletta, Panamá; Felipe Calderón, México; Rafael Angel Calderón, Costa Rica; Laura Chinchilla, Costa Rica; Alfredo Cristiani, El Salvador; Iván Duque M., Colômbia; José María Figueres, Costa Rica; Vicente Fox, México; Federico Franco, Paraguai; Eduardo Frei Ruiz-Tagle, Chile; Osvaldo Hurtado, Equador; Luis Alberto Lacalle H., Uruguai; Guillermo Lasso, Equador; Mauricio Macri, Argentina; Jamil Mahuad, Equador; Hipólito Mejía, República Dominicana; Carlos Mesa G., Bolívia; Lenin Moreno, Equador; Mireya Moscoso, Panamá; Andrés Pastrana, Colômbia; Ernesto Pérez Balladares, Panamá; Jorge Tuto Quiroga, Bolívia; Mariano Rajoy, Espanha; Miguel Angel Rodriguez, Costa Rica; Luis Guillermo Solis R., Costa Rica; Álvaro Uribe V., Colômbia e Juan Carlos Wasmosy, Paraguai.
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