Moraes determina investigação sobre suposta ligação de Zambelli com golpe

Diligências apontam que ela teria articulado o envio de uma influenciadora até a Espanha para colher informações falsas que seriam usadas em contexto eleitoral

Foto: Zeca Ribeiro

O ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), determinou que a Polícia Federal abra um novo inquérito para investigar uma suposta ligação da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP) com uma tentativa de golpe de Estado. O magistrado atendeu pedido da própria corporação, que aponta que a parlamentar teria articulado a ida de uma influenciadora até a Espanha para discutir acusações de financiamento da Venezuela a partidos de esquerda na América Latina e na Europa.

De acordo com as investigações, a influenciadora que teve a viagem intermediada por Zambelli teria encontrado com o general Hugo Carvajal, que acusava a Venezuela de realizar o financiamento, inclusive repassando recursos ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que na época era candidato nas eleições presidenciais.

No retorno da viagem, a influenciadora teria repassado um dossiê sobre o tema ao ex-ministro da Justiça Anderson Torres, que chegou a ser preso por acusação de ligação com os atentados de 8 de janeiro. Na ocasião, Torres determinou que a PF abrisse inquérito sobre o assunto. O general foi citado pelo ex-presidente Jair Bolsonaro em uma reunião que ocorreu no Palácio do Planalto em julho de 2022.

De acordo com as diligências policiais, a tentativa de golpe teria começado a ser articulada justamente no mês de julho do ano das últimas eleições. Porém, a deputada teria intermediado a viagem um mês antes da reunião. A PF afirma que as afirmações sobre o financiamento venezuelano são “narrativas inverídicas” que teriam como objetivo de prejudicar a campanha eleitoral e beneficiar Bolsonaro.

A abertura de investigação após solicitação de Torres representam, na visão dos investigadores, “desvio de finalidade” e uso da estrutura do Estado para “fins ilícitos”. Moraes afirma que as revelações têm ligações com outras diligências em andamento no Supremo.

“As investigações conduzidas, portanto, estão absolutamente relacionadas com o objeto do Inq. 4.874, especialmente com os da Pet 12100 tendo a Polícia Federal identificado nominalmente a deputada federal Carla Zambelli como uma das participantes nos fatos apurados ora trazidos ao conhecimento”, destacou ele.

Correio Braziliense

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