O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), reclamou das vaias recebidas em um evento, nesta sexta-feira (10/5), ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em Maceió (AL). As autoridades participavam da entrega de 914 unidades habitacionais do Minha Casa, Minha Vida.
Ao ser chamado para discursar, as manifestações começaram. Lira, então, parou o pronunciamento e disse: “O meu pai, que muitos aplaudem e muitos vaiam, mas eu duvido que um morador, que vai ser morador e que vai ser atendido por essas casas, esteja vaiando hoje. Isso é uma falta de respeito, é uma falta de respeito”.
Lula se levantou e ficou ao lado do presidente da Câmara durante o resto da fala. “Mais do que vaias e aplausos, a função do parlamentar é trabalhar pelo seu estado, continuar aprovando matérias, dando suporte para que tudo aconteça. A câmara dos deputados faz o seu papel”, seguiu Lira.
Ao iniciar seu discurso, Lula criticou o comportamento da plateia. “A gente não vai estar junto em todos os lugares, mas precisa aprender a respeitar quando o ato é institucional, não tem cor partidária. Se não, fica difícil para o presidente viajar para inaugurar, porque as pessoas aqui são convidadas por nós. Ninguém leva alguém para sua casa para ser vaiado”.
“É uma questão de comportamento que me incomoda muito, sei das divergências políticas. Eu só tenho 70 deputados, a Câmara tem 513”, continuou.
O chefe do Executivo, então, falou que o governo não teve “um projeto derrotado” no Congresso. “Até agora fizemos uma coisa que poucos cientistas políticos acharam possível fazer: aprovamos a reforma tributária, com uma Câmara com deputados que não são do meu partido, com coordenação do presidente Lira para acordar uma política tributária para os mais ricos paguem o imposto de renda e os mais pobres não paguem”.
Vaias em São José da Tapera
Uma situação semelhante ocorreu nessa quinta-feira (9/5), quando o político do PP esteve em palanque em São José da Tapera (AL) com o chefe do Executivo.
Dessa vez, Lira ignorou as manifestações e falou de uma suspensão da “polarização”, com a união dos Poderes para aliviar a crise no sul do país. “A polarização deu uma trégua para os Poderes se unirem para ajudar os irmãos no Rio Grande do Sul”, disse.
Depois, mencionou sua forma de liderança: “Faço política de maneira reta, não escondo meus posicionamentos. Nunca fiz política falando mal de ninguém, denegrindo a imagem de ninguém ou procurando saber o que fazem ou não fazem”.
Metrópoles