Lula diz que não usou a palavra Holocausto ao criticar Israel e chama Netanyahu de ‘cidadão’

Na Etiópia, ele disse que "o que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus"

Foto: Ricardo Stuckert

O presidente Lula afirmou, nesta terça-feira (27), que não usou a palavra holocausto ao criticar as mortes na Faixa de Gaza.

— Primeiro que não disse a palavra holocausto. Holocausto foi interpretação do primeiro-ministro de Israel. Não foi minha. A segunda coisa é a seguinte, morte é morte.

Durante viagem à Etiópia neste mês, Lula se referiu às mortes em Gaza como “genocídio” e afirmou que o acontecimento só se compara às mortes de judeus por Hitler.

– O que está acontecendo na Faixa Gaza não existe em nenhum outro momento histórico, aliás, existiu, quando Hitler resolveu matar os judeus — afirmou Lula na ocasião.

A fala de Lula desencadeou uma crise diplomática e fez com que o ministro das Relações Exteriores de Israel, Israel Katz, declarasse Lula “persona non grata” no país até que peça desculpas.

O governo de Israel também mudou o protocolo para encontros com diplomatas e representantes de nações estrangeiras e resolveu fazer uma reunião com o embaixador do Brasil em Israel no museu do Holocausto, em Jerusalém, após as falas de Lula. A decisão foi considerada um “circo” por diplomatas brasileiros.

Ainda durante a entrevista, Lula reafirmou a posição do Brasil em condenar os ataques terroristas do Hamas, mas afirmou que não podia “ver o exército de Israel fazendo com inocente a mesma barbaridade”. Lula então, ressalta que desde o começo do conflito está pedindo o cessar-fogo e um corredor humanitário para a entrada de alimentos e socorro médico.

— O Brasil foi o primeiro país a condenar o gesto terrorista do Hamas. O primeiro país. Mas eu não posso condenar o gesto terrorista do Hamas e ver o estado de Israel através do seu exército, do seu primeiro-ministro fazendo com inocente da mesma barbaridade. Ou seja, o que nós estamos clamando: que pare os tiroteiros, que permita que tenha a chegada de alimento, remédio, de médico, enfermeiro, para que a gente tenha um corredor humanitário e tratar das pessoas. É isso — afrimou na entrevista.

Em seguida, sem citar diretamente o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, Lula afirma que não esperava que o governo de Israel fosse “compreender” os pedidos porque “conhece o cidadão já há algum tempo” e sabe “o que ele pensa ideologicamente”.

— Agora veja, eu não esperava que o governo de Israel fosse compreender. Eu não esperava. Porque eu conheço o cidadão historicamente já há algum tempo, eu sei o que ele pensa ideologicamente.

Folha de Pernambuco

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